Apesar das dificuldades, também se acumularam inúmeras e importantes conquistas, como a participação da Abigraf Nacional na criação da Conlatingraf (Confederação Latino-americana da Indústria Gráfica), a realização da Fiepag – primeira feira do setor que atingiu recordes históricos de visitação e de expositores –, a organização de caravanas de empresários nacionais para visitar os principais eventos internacionais de impressão, como a Print (Chicago, EUA) e a Drupa (Alemanha), e o lançamento, há 50 anos, da principal publicação segmentada do Brasil e da América Latina, a Revista Abigraf.
No âmbito político, a Abigraf Nacional acumula igualmente outros feitos, entre eles, a luta contra a bitributação dos impostos ICMS e ISS incidente sobre as empresas do setor, e a participação, junto à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), no Copagrem (Comitê da Cadeia Produtiva do Papel, Gráfica e Embalagem).
"Uma Abigraf para todos"
Como se pode esperar de uma associação longeva, com 60 anos de trajetória, ainda hoje existem desafios a serem trabalhados e superados – desafios, estes, dos tempos modernos, da digitalização e das mudanças políticas e econômicas. Atualmente, são mais de 15 mil empresas de pequeno, médio e grande portes atuando no setor de impressão no Brasil, gerando mais de 175 mil postos diretos de trabalho.
Em seu discurso, Julião Flaves Gaúna, Presidente da Abigraf Nacional, deu ênfase à palavra união. “Desde aquele primeiro momento, em 1965, foi o pensamento de união que reuniu todos aqueles empresários que fundaram a Abigraf. Eram pessoas de diferentes empresas, de vários segmentos se com pensamentos diversos. Mas eles estavam unidos em torno de um único objetivo, que era o de fortalecer o nosso setor como forma de enfrentar os desafios que, já naquela época, se sobrepunham às gráficas brasileiras”, disse. “É o que acontece quando estamos em um barco e precisamos remar numa mesma direção para atingir um único objetivo, apesar de muitas vezes pensarmos de forma diferente. Então, podemos afirmar que, nestes 60 anos, foi a união o principal legado da Abigraf Nacional”, concluiu.
Honrando a história da associação, Julião homenageou os ex-Presidentes Mario Cesar de Camargo (2001/2008 e 2009/2011), Fabio Mortara (2011/2014), Levi Ceregato 2014/2021), e Sidney Anversa Victor (2021/2023).
Ricardo Coube, Presidente do Sindigraf-SP, também destacou a importância da entidade à frente da indústria de comunicação impressa brasileira. “Parabéns, Abigraf Nacional, por 60 anos de trabalho duro. É uma casa em que conheci pessoas incríveis, fiz amigos, e, que, ainda hoje, desempenha um papel essencial na luta pelo crescimento de todo o setor de impressão”, salientou.
Revista Abigraf: 50 anos
Os 60 anos da Abigraf Nacional foram marcados por homenagens aniversário da Revista Abigraf, que completa 50 anos em 2025. Destacando o momento, João Scortecci, Presidente da Abigraf-SP, enalteceu a importância da publicação – um mercado na comunicação especializada no Brasil e na América Latina, tendo sido multipremiada tanto no país, como também no exterior.
Pelas mãos de Scortecci e Julião, Plinio, Tania e Cesar receberam homenagens por conduzirem, até hoje, o projeto da Revista Abigraf.
“Hoje, nós gráficos e herdeiros de Gutenberg, estamos em festa: celebramos os 60 anos da Associação Brasileira da Indústria Gráfica e os 50 anos da Revista Abigraf. A revista publicou 326 edições de modo ininterrupto, como gosta de dizer o editor Plinio Gramani e seu exército de colaboradores, que juntos, ilustram memórias e tempos”, disse Scortecci, que lembrou do primeiro artigo seu escrito para a publicação, no caso, para a antiga coluna “Raízes”.
Plinio Gramani, editor da Revista Abigraf há mais de 40 anos, lembrou fatos marcantes da história da publicação. Em 1983, sua editora foi contratada pelo presidente da Abigraf Regional São Paulo, Max Schrappe, para resolver problemas crônicos da revista, lançada em 1975, sete anos antes: apresentação gráfica pobre e fraco conteúdo editorial, além de ser deficitária. Gramani explica em que condições aceitou a empreitada:
“Max disse que a entidade não tinha dinheiro e que a condição seria aceitar a incumbência por nossa conta e risco. Aceitei, e aqui estamos, comemorando o cinquentenário da publicação, que goza de grande respeito no mercado”, disse.
Com o salto que a revista deu nos primeiros cinco anos, em 1988 a revista recebeu o reforço profissional do designer Cesar Mangiacavalli, que criou um novo projeto gráfico. No mesmo ano, juntou-se à equipe Tânia Galluzzi, considerada hoje a jornalista que mais conhece a indústria gráfica no nosso país. Mais tarde, em 1997, começou a colaborar o profissional de editoração eletrônica, João Carlos de Pinho. “Todos continuam participando da revista até hoje. Tenho orgulho de ter profissionais desse nível ao meu lado, ajudando a constituir os pilares da qualidade visual e do conteúdo editorial da publicação”, acrescentou Plinio.
Liderando desde a década de 1980 a mídia especializada no setor gráfico, a Revista Abigraf acumulou prêmios. Em 1989 e 1990, o Prêmio Comtexto, como melhor publicação setorial; o Prêmio Aberje de Jornalismo Empresarial foi conquistado em 1993, 1994, 1995, 1996 e 1998. Também em 1998, veio de Chicago o Prêmio Benny de Melhor da Categoria, maior premiação da indústria gráfica mundial. Finalmente, em 2006, dose dupla no Prêmio Anatec de Comunicação Empresarial, para Melhor Capa e Melhor Mídia Segmentada do Ano.
Em 2022, a Revista Abigraf ganhou um upgrade, revitalizando-se através da parceria estabelecida com a Blendpaper, passando a ser produzida com a beleza e qualidade dos papéis especiais da fabricante.
Pautas e novos desafios
Nesse cenário, a Abigraf Nacional destaca hoje, entre suas pautas, a luta pelos ex-tarifários junto ao Governo Federal, bem como sua reivindicação pela manutenção das bulas impressas em embalagens de medicamentos (opondo-se ao projeto da Anvisa de digitalizar por completo o conteúdo), a obrigatoriedade de se manter os cardápios impressos em bares e restaurantes, beneficiando aqueles que não têm familiaridade com a tecnologia, e a ampliação do diálogo com outras entidades ligadas ao setor de impressão ou com as Abigrafs Regionais espalhadas por vários estados brasileiros.
A Abigraf Nacional também mantém uma divisão de cursos focada na atualização de qualidade do mercado, a Abitec. Além disso, criou a Divisão Abicomv, dedicada aos setores de Comunicação Visual e Sinalização, reforçando, uma vez mais, sua vocação em ser a “casa da indústria da comunicação impressa”.
“Não foram poucos os desafios pelos quais passou a Abigraf Nacional em 60 anos de história. Mas, felizmente, olhando para o legado de tantos homens e mulheres que trabalharam e trabalham pela nossa associação, foram muito mais vitórias do que dissabores”, destaca Julião Flaves Gaúna, Presidente da Abigraf Nacional. “Somos um país continental e entendemos que nossa principal missão é sempre manter o espaço de diálogo aberto com todas as entidades que trabalham no setor de impressão, especialmente, nossas regionais. Isso porque a Abigraf Nacional é de todos; de todos aqueles que se dedicam e trabalham para levar sonhos e projetos para o papel. Como costumo dizer, ninguém ficará para trás; juntos, somos mais fortes”, finaliza.
O evento de 60 anos da Abigraf Nacional teve patrocínios da Blendpaper, Sylvamo Chambril, ExpoPrint Latin America, Fespa Brasil e Suzano.
