
De acordo com dados da Beijing OpenBook, o mercado varejista de livros da China passou de uma taxa de crescimento negativa em 2022 para um aumento de 4,72% em 2023, atingindo um valor de mercado de 91,2 bilhões de yuans (US$ 12,9 bilhões). O número total de títulos de livros ativos no mercado varejista geral também aumentou 1,55%, com o número de novos títulos subindo 7,3%. Já no primeiro semestre de 2024, o valor total do mercado viu uma queda de 6,2%. No entanto, em comparação com o primeiro trimestre, o declínio se estreitou à medida que o mercado entrou no período de promoções de livros por meio de canais online.
O setor tem experimentado flutuações desde 2020, de acordo com o relatório. Em 2023, como o primeiro ano oficialmente após a pandemia, o crescimento positivo retornou após o segundo trimestre, impulsionado principalmente pelos canais de varejo online, incluindo e-commerce de plataforma e e-commerce de vídeos curtos. Esses canais se expandiram ainda mais no quarto trimestre, levando ao crescimento geral em 2023.
Nos últimos anos, as lojas online tornaram-se os principais canais de vendas de livros no país, dominadas por plataformas de e-commerce, incluindo JD.com, Dangdang e Tmall. No entanto, o cenário mudou novamente. As plataformas de e-commerce de vídeos curtos como o Douyin (da ByteDance, matriz do TikTok) cresceram rapidamente, formando o segundo maior canal de vendas de livros na China.
Sete das Top 10 principais editoras na China—e 129 das 200 maiores editoras—viram mais de 10% de sua receita de vendas proveniente de canais de e-commerce de vídeos curtos em 2023.
Também em 2023, o e-commerce online permaneceu o maior canal de vendas de livros na China, respondendo por 41,46% do valor total do mercado. O e-commerce de vídeos curtos seguiu com 26,67%. As livrarias físicas detinham uma participação de apenas 11,93% do mercado.
No primeiro semestre de 2024, as vendas de livros por meio de canais de vídeos curtos continuaram a crescer, com um aumento anual de 18,34%.
Concentração em Livros Mais Vendidos
O 1% dos títulos mais vendidos na China contribui com quase 60% da receita total de vendas do mercado, e os 5% principais títulos contribuem com mais de 80% da receita.
As plataformas de vídeos curtos contribuíram para essa tendência, aumentando significativamente a participação de mercado de livros que vendem mais de 100 mil cópias, enquanto as vendas desses mesmos títulos diminuíram nos canais tradicionais. Em contraste, os livros de estreia vendidos por meio de outros canais sustentam um ciclo de vendas mais longo.
Tendências na indústria editorial chinesa
O relatório também apontou tendências importantes:
- Concentração de Mercado: Os recursos estão cada vez mais concentrados entre as principais editoras. À medida que a tecnologia avança e a indústria se torna mais capitalizada e orientada para o mercado, espera-se que essa polarização se aprofunde ainda mais. Algumas editoras começaram a reduzir proativamente sua escala de publicação e a cortar empreendimentos de baixo lucro.
- Competição de Conteúdo: A competição por direitos autorais de alta qualidade é feroz, enquanto os esforços para exportar direitos autorais nacionais também se intensificam. Consequentemente, a capacidade de criar conteúdo original e atraente será a tarefa crítica para todas as editoras.
- Tecnologia: As editoras chinesas têm explorado maneiras de integrar a publicação tradicional e digital. Este ano, as editoras começaram a usar IA em áreas como avaliação de tópicos, tradução e geração de conteúdo. Por exemplo, o Citic Press Group começou a usar a tecnologia de IA em áreas incluindo avaliação de tópicos e tradução. A Guomai Culture investiu em várias empresas de tecnologia e está desenvolvendo projetos de IA em áreas como revisão, quadrinhos e avatares de leitura. A Chinese Media Corporation (CMC) adquiriu uma participação de 58% na Longwise Media, a principal empresa de marketing de IA da China.
- Desaceleração do Vídeo Curto: A contribuição das plataformas de vídeos curtos para o varejo de livros está diminuindo gradualmente. As promoções e os preços baixos oferecidos por essas plataformas têm exercido uma pressão de lucro sem precedentes sobre as editoras chinesas. Mais e mais pessoas estão percebendo que um mercado de livros impulsionado pela competição de preços baixos é insustentável.
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