
Entre os destaques internacionais, a escritora e historiadora israelense Fania Oz-Salzberger chega ao Brasil a convite do Instituto Brasil-Israel (IBI) e do MUJ. Autora de Os judeus e as palavras (Companhia das Letras, 2015) escrito em parceria com seu pai, o romancista Amós Oz (1939-2018), Fania defende que a continuidade do povo judeu se ancora na relação com os textos, a tradição escrita e o debate intelectual.

No âmbito da Temporada França-Brasil, o festival recebe a socióloga franco-israelense Eva Illouz, professora da Universidade Hebraica de Jerusalém e da Escola de Estudos Avançados em Paris. Também parte da temporada, a escritora franco-ruandesa Scholastique Mukasonga, vencedora do Prêmio Renaudot, conhecida por obras como A mulher de pés descalços (Nós), Nossa senhora do Nilo (Nós) e Baratas (Nós) se junta a Carlos Reiss, coordenador-geral do Museu do Holocausto, em reflexão sobre o valor do testemunho e os caminhos de responsabilização, reparação e cura diante de episódios traumáticos.
Outra presença aguardada é a da quadrinista israelense Rutu Modan, autora de álbuns premiados como A Propriedade (2015) e do recém-lançado Túneis (2024), publicados no Brasil pela WMF Martins Fontes. Em seus quadrinhos, Rutu explora com humor e sutileza as tensões do cotidiano israelense. No FliMUJ, ela se encontra com a cartunista brasileira Laerte Coutinho para uma conversa sobre como sátira, ilustração e ironia podem iluminar debates sobre política, identidade e liberdade.
Também integra a programação, a convite do Goethe-Institut, a escritora alemã de ascendência nigeriana Jennifer Teege, conhecida pela autobiografia Amon: Meu Avô Teria Me Executado (Ciranda Cultural). No livro, ela relata o impacto de descobrir ser neta de Amon Göth, comandante nazista retratado no filme A Lista de Schindler. No festival, dialoga com o escritor André de Leones, autor de Meu passado nazista, sobre como o extremismo pode estar mais próximo do que imaginamos — e como ideologias que julgávamos superadas podem ressurgir nos lugares mais inesperados.
A cena brasileira também marca presença de peso: Carol Rodrigues e Felipe Poroger, autor de Alguém sobrevive nesta história (Todavia), conversam sobre as experiências da geração que cresceu nos anos 1990. Já o premiado Julian Fuks, vencedor do Jabuti com A resistência (Companhia das Letras), divide mesa com a escritora e pesquisadora Tatiana Salem Levy, autora de A chave de casa (BestBolso), em debate mediado por Rita Palmeira.
Completam a programação nomes como Alessandra Orofino, Leonardo Avritzer, Priscila Sztejnman e Renato Noguera, que trarão olhares diversos para questões urgentes da contemporaneidade.
Os ingressos devem ser retirados antecipadamente, pelo do site Museu Judaico de São Paulo. Caso os ingressos tenham se esgotado online, ainda será possível tentar uma vaga na fila de espera, no local.
Veja a programação completa
9 de outubro | quinta feira
- 19h - Mesa 1 | Abertura | Quem se importa com palavras?, com Fania Oz-Salzberger e mediação de Laura Capelhuchnik
10 de outubro, sexta
- 15h - Mesa 2 | Como as democracias sobrevivem?, com Alessandra Orofino e Leonardo Avritzer e mediação de Thais Bilenky
- 17h - Mesa 3 | Quem nunca?, com Carol Rodrigues e Felipe Poroger e mediação de Bianca Mantovani
- 19h - Mesa 4 | Quer que eu desenhe?, com Laerte Coutinho e Rutu Modan e mediação de Micheline Alves
11 de outubro | sábado
- 11h - Mesa 5 | Escrever para fugir ou para voltar?, com Julián Fuks e Tatiana Salem Levy e mediação de Rita Palmeira
- 15h - Mesa 6 | Nós lembramos?, com Carlos Reiss e Scholastique Mukasonga e mediação de João Torquato
- 17h - Mesa 7 | O ódio pode ser virtuoso?, com Eva Illouz e mediação de Fábio Zuker
12 de outubro, domingo
- 11h - Mesa 8 | Acabou o amor?, com Renato Noguera e Priscila Sztejnman e mediação de Cris Bartis
- 15h - Mesa 9 | E quando a verdade vem à tona?, com André de Leones e Jennifer Teege e mediação de Gabriela Longman
Serviço
4º FliMUJ | Festival Literário do Museu Judaico de São Paulo
Período: 9 a 12 de outubro de 2025
Local: Museu Judaico de São Paulo (Rua Martinho Prado, 128 – São Paulo / SP)
Funcionamento: Terça a domingo, das 10 horas às 18 horas (última entrada às 17h30). Ingresso:Gratuito, necessita de retirada no site
Classificação indicativa: Livre
Acesso para pessoas com mobilidade reduzida