A pesquisa entrevistou 559 profissionais da indústria norte-americana, incluindo editores, bibliotecários, gráficos, consultores, varejistas e prestadores de serviços. O estudo descobriu que 46% dos indivíduos e 48% das organizações relataram usar ferramentas de IA, ao mesmo tempo que revelava diversas ressalvas e preocupações.
"A esmagadora maioria relatou múltiplos pontos problemáticos com a IA, incluindo sérias preocupações éticas", disse Brooke Horn, gerente de afiliação e operações do BISG, durante um webinar de apresentação dos resultados. Apenas 2% dos entrevistados relataram não ter preocupações com o uso de IA na indústria. "A maioria das organizações que está utilizando IA carece de políticas ou diretrizes formais, e muitas ainda precisam adotar institucionalmente modelos fechados e empresariais para proteger melhor seus dados."
A "insuficiência de controles sobre o uso de material protegido por direitos autorais" liderou a lista de preocupações, com 86%, seguida por "alucinações" com 84%, "livros gerados por IA inundando nossas plataformas" com 81%, e "dados de treinamento imprecisos, falsos ou tendenciosos" com 79%.
A pesquisa encontrou uso limitado de IA para certas aplicações. Apenas 4% relataram usar IA para tradução, enquanto as aplicações de atendimento ao cliente permaneceram surpreendentemente baixas em todos os segmentos.
"Esperávamos ver isso aparecer" no atendimento ao cliente, disse Horn. "Este foi um dado importante que realmente nos chamou a atenção como uma descoberta chave, porque, dada a proliferação de agentes de atendimento ao cliente em outras indústrias, esperávamos ver isso aqui."
Horn disse ainda que os dados mostram divisões claras entre a forma como indivíduos e organizações estão abordando a adoção da IA. "Observamos neste feedback mais amplo que as pessoas estavam dizendo: bem, eu, como indivíduo, posso ser contra o uso de IA, mas minha organização está estipulando que isso agora faz parte do nosso fluxo de trabalho", disse Horn. "E vimos a situação inversa também, em que os indivíduos estão dizendo: acho que isso torna o trabalho mais eficiente. Gosto de usá-lo por estes motivos, mas estamos ouvindo que há uma política contra o uso de IA no escritório."
Os profissionais individuais relataram usar IA para tarefas operacionais e administrativas, análise de dados, marketing e otimização de metadados. As organizações apresentaram padrões semelhantes, com o trabalho editorial aparecendo entre os quatro principais usos.
Os dados também revelaram uma resistência significativa à adoção da IA. Entre os indivíduos, o relatório disse que 31% se descreveram como eticamente contra o uso da IA, 33% expressaram não ter interesse em usar a IA para apoio ao trabalho e 43% acreditavam que o treinamento em IA não era vantajoso.
"No nível organizacional, 34% relataram que não estão usando IA em nenhuma área de seu trabalho", disse Horn. "Um total de 22% das pessoas disse que não prevê usar IA em nenhuma área de seu trabalho."
A pesquisa revelou diferenças notáveis nos padrões de uso. Horn disse que os prestadores de serviços e varejistas estão adotando a IA em taxas mais elevadas do que editoras e bibliotecas, com menos pontos problemáticos e mais investimento em ferramentas personalizadas.
Menos de 30% das organizações relataram ter políticas oficiais de IA, e apenas 27% estão usando modelos fechados ou empresariais para proteção de dados.
"Independentemente de estarem usando IA, 59% estão se mantendo informados e consideram isso importante", disse Horn.
