
O autor homenageado é o escritor português Valter Hugo Mãe, cuja obra — em especial o livro A desumanização (Biblioteca Azul) — será debatida sob diferentes perspectivas ao longo da programação. Para o curador Jeferson Tenório, “falar em desumanização significa reconhecer que a subjetividade e os matizes dos efeitos da colonização estão presentes em nossas vidas”. Segundo ele, a literatura de Valter Hugo Mãe nos oferece “um olhar poético sobre a vida” e aponta caminhos para a reconstrução da humanidade.
Para Afonso Borges, idealizador do Fliparacatu, o tema do festival de 2025 representa um convite urgente à escolha consciente. “A humanidade está diante de uma encruzilhada, com muitos caminhos sedutores que, na verdade, desviam do essencial. Essa encruzilhada nos impõe a ética como única direção possível”, afirma. Ele completa que a terceira edição do Fliparacatu “reafirma seu compromisso com a educação, a diversidade, o pensamento crítico e a transformação social por meio da literatura. Mais do que um evento, o festival propõe um espaço de escuta, partilha e tomada de posição diante da complexidade de nosso tempo”.
As atividades do Fliparacatu contemplam autores e autoras nacionais, internacionais e de distintas origens sociais e gêneros, abraçando, assim, a diversidade que o evento ressalta. Na programação estão também atrações infantis e juvenis, lançamentos de livros, oficinas, prêmio de redação e de desenho, exposição, música e feira de economia criativa com empreendedores da cidade, proporcionando experiência cultural completa aos participantes. Uma grande livraria integra a estrutura do evento.
As ações do 3º Fliparacatu começam com a exposição “Portinari para Crianças”, com abertura do dia 29 de maio, seguindo até o dia 30 de junho, no quintal da Casa Paracatu, localizada no Centro Histórico. São 42 reproduções de obras, do pintor Candido Portinari, que retratam crianças se divertindo com brinquedos e jogos, revelam as várias facetas que a infância pode ter, com seus atravessamentos sociais e culturais.A curadoria da mostra foi feita por João Candido Portinari, fundador e diretor-geral do Projeto Portinari, com a colaboração de Guilherme de Almeida, coordenador do Núcleo de Arte e Educação.
Como já é tradição, o Fliparacatu contará com o Prêmio de Redação e Desenho, que mobiliza estudantes de escolas públicas e privadas de Paracatu, incentivando a reflexão e a expressão criativa a partir de um tema proposto pelo festival.
SERVIÇO
3º Festival Literário Internacional de Paracatu (Fliparacatu)
Data: 27 a 31 de agosto
Local: Centro Histórico da cidade, em especial na Praça onde se localiza a Igreja Nossa Senhora do Rosário