
Com um olhar voltado para as experiências de deslocamento e pertencimento e uma homenagem a Milton Hatoum, a Festa Literária da Mantiqueira (Flima) chega a sua 7ª edição com uma curadoria que preza pela diversidade de vozes e aposta em nomes como Jamil Chade, Tati Bernardi, Kaká Werá e Luciany Aparecida. O evento acontece entre 15 e 18 de maio, em Santo Antônio do Pinhal, em São Paulo.
Na semana passada, o trio curatorial, composto por Cristiane Tavares, Maria Carolina Casati e Roberto Guimarães, se reuniu com a imprensa para anunciar a programação completa do festival.
O destaque são as 11 mesas literárias no Auditório – que tratam de assuntos como migração, emergência climática, feminismo, religiosidade e identidade – e as atrações musicais, que incluem o alaudista sírio refugiado no Brasil Rajana Olba e a cantora e compositora potiguar Juliana Linhares, com seu show Nordeste Ficção.
Com uma curadoria comprometida com a pluralidade de vozes e a transversalidade dos temas, o festival aposta em encontros potentes entre literatura, realidade e sensibilidade, promovendo diálogos necessários sobre o mundo contemporâneo e suas encruzilhadas.
“Vivemos um momento histórico complexo e delicado, em que o outro muitas vezes é percebido não como diferente, mas como inimigo. Acreditamos que a literatura pode contribuir para aproximar as pessoas, ampliando as possibilidades de diálogo", afirma Roberto Guimarães, um dos curadores e diretor do festival.
Mesas literárias
A abertura oficial ocorre no dia 15 de maio, às 19h, com o recital “Retrato sonoro de um certo Oriente”, do alaudista sírio Rajana Olba, seguido da mesa “Distopia americana: Trump e a nova (des)ordem mundial”, com o jornalista internacional Jamil Chade, um dos destaques da programação.
Na sexta-feira (16), os debates começam com a mesa “Ciência encantada: nos caminhos de Jurema”, reunindo o jornalista e escritor Marcelo Leite, que lança, em primeira mão, o livro A ciência encantada de Jurema (Fósforo). A mesa é acompanhada também da liderança indígena Chirley Pankará e mediada pela pesquisadora Carolina Rocha. A seguir, nomes como Edimilson de Almeida Pereira, Kaka Werá, Ana Rüsche e Prisca Agustoni conduzem reflexões sobre território, poética e os limites da palavra diante da crise climática.
O sábado (17) é marcado por conversas sobre espiritualidade, deslocamentos forçados e fronteiras literárias. Além da aguardada mesa “Manaus é um mundo”, que homenageia o escritor Milton Hatoum, o público poderá acompanhar diálogos com nomes como Marie Ange Bordas, Edyr Augusto e Morgana Kretzmann
Encerrando a programação no domingo, o destaque vai para as mesas “A culpa é do feminismo?”, com Milly Lacombe e Bianca Santana, e “De boba ela não tem nada”, com a escritora e roteirista Tati Bernardi, que lança o livro A boba da corte (Fósforo).
Serviço
Flima
Data: 15 a 18 de maio
Local: Santo Antônio do Pinhal, em São Paulo