Segundo Vanessa, o empreendedorismo literário ainda é um tema pouco explorado e cada vez mais o setor requer uma postura integral da profissão, com ações que reúnam tanto o lado artístico quanto o desenvolvimento da literatura como negócio. “O mercado literário ainda é muito tradicional. As escritoras precisam perceber que é possível viver de literatura, serem prósperas e se sentirem realizadas na carreira”, destaca.
Com a missão de oportunizar que mulheres expressem sua voz por meio da escrita e deixem um legado no mundo através da literatura e do empreendedorismo literário, Vanessa segmentou sua mentoria ao desenvolver serviços de orientação para escritoras. Atualmente, lidera uma comunidade de escritoras em mais de 12 países, e em cerca de seis anos dedicada exclusivamente à carreira literária, diz ter faturado mais de um milhão de reais com literatura.
Para avançar nos objetivos, destaca Vanessa, é importante profissionalização, estratégia e posicionamento, além da oferta de um ecossistema de produtos e serviços que amplie a atuação literária.
Há pelo menos três áreas de atuação no que Vanessa intitula a tríade do viver de literatura: escrita, ensino e comunicação. Uma escritora pode, por exemplo, trabalhar com leitura crítica, ministrar oficinas de escrita e realizar mediação de leitura. “Existem diversos serviços literários que fomentam a economia criativa e ainda são pouco explorados e divulgados no mercado literário”, avalia.
Além da palestra na CCBF, a escritora realizou masterclass sobre autoficção, na Maison de la vie associative du Vème, mesa literária na Biblioteca Gulbenkian, lançamento do seu romance premiado, A filha primitiva, na Librairie Portugaise & Brésilienne, e ateliê de escrita no Louvre.
Sua turnê literária internacional em 2024 iniciou em maio, em Portugal, seguiu para Argentina, em agosto, e finalizou na França. “A edição Paris representou um marco na minha trajetória como escritora. É bom ver a literatura brasileira ganhando o mundo”, reflete Vanessa.