
Ocorreu no último domingo (24) a ação Invasão de Livros, uma parceria entre a ONG Voz das Comunidades e a Bienal do Livro Rio, que reuniu mais de 50 voluntários distribuindo aproximadamente seis mil livros em diversos pontos das comunidades. Esta foi a 4ª edição do projeto, idealizado por Rene Silva, jornalista e fundador do Voz das Comunidades.
Criado em memória à invasão policial no Complexo do Alemão em 2010, o “Invasão de Livros” busca transformar essa lembrança em uma ação que espalha o gosto pela leitura pelas favelas do Rio de Janeiro. Segundo Vinicius Cortez, coordenador de marketing e comunicação da Bienal do Livro Rio, o projeto reflete o propósito da Bienal de incentivar a leitura como instrumento de transformação social.
"Estamos muito felizes em participar desta ação, um projeto que dialoga diretamente com a missão da Bienal: promover o hábito da leitura para mudar o país. Sabemos o quanto um livro pode transformar vidas e o impacto profundo que o hábito da leitura pode ter em relação ao desenvolvimento da criatividade e pensamento crítico. Queremos que o Complexo produza futuros escritores, contadores de histórias e agentes de transformação", ressalta.
"Acreditamos que a leitura de livros é um pilar fundamental para promover o desenvolvimento da sociedade brasileira. Ao apoiar a ação "Invasão de Livros", o SNEL reafirma seu compromisso por uma Nação Leitora", afirma Dante Cid, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), que realiza a Bienal do Livro Rio.
Literatura que conecta gerações
Nesta edição, os participantes foram divididos em cinco grupos, carregando não apenas livros de diversos gêneros, mas também a missão de inspirar os moradores. Em diferentes pontos das comunidades, leitores e voluntários compartilharam momentos de conexão através da literatura.
Inês Andrade, de 64 anos, trouxe um olhar experiente sobre a importância dos livros. Leitora assídua e fã de romances policiais, como os de Agatha Christie, ela contou como a literatura impactou sua vida. “Fui acostumada a ler desde nova, mas hoje falta incentivo nas escolas e até dos pais. O livro faz você viajar e mostra que existe um mundo além da comunidade”.
Fundador do Voz das Comunidades, Rene Silva afirma que o trabalho conjunto com a Bienal do Livro tem um impacto transformador: “Essa iniciativa se torna ainda mais especial por ser fruto dessa parceria com a Bienal do Livro, que, mais uma vez, está conosco nessa construção. Ao incentivarmos a leitura entre a garotada, plantamos sementes para que, no futuro, eles possam se tornar grandes escritores e escritoras. É um projeto que promove sonhos e abre caminhos, preparando hoje o terreno para colhermos amanhã”.