Feira de Frankfurt: 10 empresas são selecionadas no programa CreativeSP
PublishNews, Guilherme Sobota e Talita Facchini, 03/10/2024
Missão do programa CreativeSP visa incentivar a geração de negócios e a atração de investimentos para a indústria cultural; empresas como Aboio, Telos, Supersônica e Aleph estarão no maior evento do setor editorial

Feira de Frankfurt | © Divulgação / Frankfurter Buchmesse
Feira de Frankfurt | © Divulgação / Frankfurter Buchmesse

Pelo terceiro ano seguido, o projeto CreativeSP vai levar empresas para a Feira do Livro de Frankfurt (neste ano, de 16 a 20 de outubro), o maior evento do setor do livro no mundo. Em 2024, as empresas selecionadas são: Devir Livraria, Editora Aleph, Supersônica Livros, Indivisível Press, Telos Editora, Girassol Brasil Edições, AzuCo Publicações, Aboio Editora, Editora Ercolano e Editora Senac São Paulo.

O programa oferece um reembolso máximo de US$ 3 mil em despesas elegíveis para custear até 50% dos gastos das empresas selecionadas com a viagem. Ele ainda promove eventos de networking durante as missões e oferece ações de consultoria, monitoramento de resultados e acompanhamento pós-evento. A missão empresarial é realizada pelo CreativeSP, programa da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo e da InvestSP, agência de promoção de investimentos vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

Para as empresas, é uma oportunidade de estar presencialmente no palco principal dos acontecimentos do setor.

"A nossa participação visa a divulgação dos autores e ilustradores brasileiros", comenta o diretor e curador da Telos Editora, Erivan Gomes. "Neste ano, entre outras obras, apresentaremos dois lançamentos que abordam a temática “livro”: O livreiro da minha rua, de autoria de Eraldo Miranda e ilustrações do colombiano Carlos Díaz Consuegra e o livro O garimpeiro das palavras, de autoria de Clara Haddad e ilustrações da argentina Nadia Romero Marchesini. Ambos os títulos fazem parte da curadoria da Telos Editora de 2024 e esperamos com o lançamento desses títulos chamar a atenção dos leitores para a importância da valorização do livro e da leitura. Por outro lado, a presença física visa fortalecer as parcerias já existentes, a pesquisa de mercado e ao aprendizado com as melhores práticas de editores internacionais", explica.

Luara França | © Divulgação / Aleph
Luara França | © Divulgação / Aleph
Para a publisher da Editora Aleph, Luara França, a Feira é sempre um lugar de encontros, tanto de pessoas quanto de livros. "A intenção do Grupo Aleph é encontrar bons títulos para trazer ao Brasil", comenta, sobre a participação. "Acredito que essa FBF será responsável por consolidar tendências. Temos visto uma mudança nos temas mais frequentes e acredito que isso se solidificará depois de conhecermos os principais 'livros quentes' da feira", analisa.

A ideia do Grupo Aboio vai pelo mesmo caminho, de acordo com o editor Leopoldo Cavalcante. "Apesar de termos uma boa experiência com feiras literárias, nunca fomos para Frankfurt. E, pelo que soube, esta é a Feira para fechar negócios. Nos últimos meses, estivemos em contato com vários parceiros de outros eventos, apresentando nosso catálogo, descobrindo o catálogo deles e por aí vai. A ideia é que em Frankfurt possamos sentar na mesa e bater o martelo em nossos projetos para 2025 e 2026", projeta.

A sócia e diretora executiva da Supersônica Livros, Mariana Beltrão, conta que esta será a segunda vez da editora de audiolivros em Frankfurt. "Esse ano teremos reuniões com agentes literários internacionais na parte de negócios da Feira. Temos grande interesse em produzir audiolivros que não necessariamente tenham já sido lançados na sua versão impressa no Brasil, como aconteceu com Coração apertado, que atualmente está fora de catálogo e só existe na nossa versão em áudio, na voz da Alice Carvalho", diz. Ela e Luara concordam que os audiolivros serão um dos temas de mais interesse no evento. "Foi uma alegre surpresa pra nós a Supersônica ser selecionada para a missão CreativeSP. Isso só mostra que o interesse pelos audiolivros vem crescendo e tem grande potencial de expansão".

Erivan Gomes, diretor e curador da Telos Editora | © Cravo Memórias
Erivan Gomes, diretor e curador da Telos Editora | © Cravo Memórias
Outro assunto que permanece com destaque nas mesas e expectativas dos editores são os usos de inteligência artificial no setor. "O uso da IA (Inteligência Artificial) é um tema recorrente e, certamente, será um tema do momento na Feira. É importante acompanhar os desdobramentos dessa ferramenta e seus impactos no mercado editorial, nos direitos autorais, produção literária, etc", comenta Erivan Gomes, da Telos.

"Somos uma editora independente e jovem, mas estamos buscando fortalecer nosso catálogo de direitos com cuidado e atenção para a qualidade editorial. Para aumentar as chances e possibilidades de vendas de direitos no exterior, a Telos Editora tem optado por mesclar autores nacionais e internacionais para dar relevância para as nossas publicações", explica.

Leopoldo, da Aboio, conta que tentou fugir da onda de inteligência artificial por um bom tempo. "Mas desde a Feira de Pequim, estive cada vez mais impressionado pelos avanços na área. Existem possibilidades menos óbvias para o mercado editorial e estou curioso para saber como Frankfurt irá abordá-las. Penso aqui em usar inteligência artificial para criar plataformas digitais, organizar dados, realizar previsões de vendas e até mesmo traduzir fragmentos de obras para o inglês (um dos usos mais frequentes entre editores chineses). É uma onda incontornável e quero saber mais da perspectiva do mercado editorial europeu", comenta.

CreativeSP

Além de incentivar a troca de conhecimentos, o projeto busca promover novos negócios, atrair investimento estrangeiro e potencializar a geração de emprego e renda na indústria cultural. "Mais um ano, o CreativeSP marcará presença na Feira do Livro de Frankfurt, reforçando sua importância no mercado editorial global. Para as empresas participantes, isso representa uma chance de expandir sua rede de contatos, explorar novas oportunidades de negócios e destacar suas produções em um dos maiores e mais influentes eventos do setor”, comentou Marília Marton, secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas.

Em 25 missões já realizadas, o CreativeSP levou 225 empresas da indústria cultural para eventos sobre inovação, tecnologia, entretenimento, audiovisual, cinema e literatura, por exemplo.

[03/10/2024 08:00:00]