2ª edição do Fliparacatu recebeu 25 mil pessoas
PublishNews, Redação, 11/09/2024
Entre 28 de agosto e 1º de setembro, passaram pelo festival 78 escritores locais, nacionais e internacionais

2.º Festival Literário Internacional de Paracatu - Fliparacatu - recebeu 25 mil pessoas entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro | © alnereis
2.º Festival Literário Internacional de Paracatu - Fliparacatu - recebeu 25 mil pessoas entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro | © alnereis

O 2º Festival Literário Internacional de Paracatu (Fliparacatu) recebeu 25 mil pessoas entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro no Gira Fliparacatu, um circuito cultural, criado pela organização, no Centro Histórico da cidade mineira, com programação específica em múltiplos espaços.

O festival é idealizado por Afonso Borges, que divide a curadoria com Sérgio Abranches, Tom Farias e Leo Cunha. Com o tema "Amor, Literatura e Diversidade", o Fliparacatu reuniu 71 autores, entre locais, nacionais e internacionais. “O Fliparacatu é a celebração de respeito e dignidade do autor brasileiro, todos em consonância com o legado de Conceição Evaristo e Ailton Krenak, o homenageado desta edição. No evento, foram lançados 51 livros e 20 mil colocados à venda, sendo 4 mil títulos, na livraria do festival. Para a realização do evento foram criados empregos diretos e indiretos para 300 pessoas.

Na cidade que possui 18 quilombos e uma grande população negra, a ancestralidade foi abordada tanto nas conversas entre os autores como também guiou os curadores na escolha das atividades artísticas destinadas ao público, que prestigiou a segunda edição do festival realizada na cidade.

“O Fliparacatu conseguiu, através da literatura, criar pontes com a ancestralidade, representada pelos movimentos afro-brasileiros ali existentes, como os quilombos, congado, artesanato e culinária”, avaliou o presidente e curador do festival, Afonso Borges. O poeta Lucas Guimaraens também homenageado nesta edição, foi laureado, na mesa de abertura do festival, com a leitura de diversos poemas pela atriz Júlia Lemmertz.

A mesa de encerramento foi uma conversa entre Ailton Krenak, homenageado nesta edição do festival, e os curadores do Fliparacatu, Tom Farias e Sérgio Abranches. O jornalista Jamil Chade leu uma carta escrita para Krenak antes de a conversa ter início, emocionando o filósofo imortal e a plateia, que lotava o Auditório Afonso Arinos. "Ao te homenagear, nós todos aqui não apenas nos curvamos diante do homem Ailton Krenak. Mas nos unimos à tua luta por um mundo mais justo e saudável", escreveu Jamil. E completou: "reflorestamos nossas consciências com tua noção de “corpo território” e as “cosmologias que totalizam uma visão sistêmica de vida com seres humanos e não humanos."

Ao final de sua fala, Ailton recebeu mais uma homenagem, a declamação de um cordel contando a trajetória de vida do escritor, feita pelo cordelista Jonas Samaúma, curador da exposição “Vidas em Cordel”, do Museu da Pessoa, em cartaz em Paracatu até o dia 13 de outubro, na Casa Paracatu. O legado dos 18 quilombos à história de Paracatu foi apresentado na mesa “A Paracatu da outra margem da Praia do Macaco”, com as pesquisadoras Leonor Soares Costa e Lara Luísa e o compositor, seresteiro e integrante da Academia Mineira do Noroeste de Minas, Silvano Alves de Avelar, todos os três quilombolas.

Momento de muita emoção foi quando Conceição Evaristo, que estava na plateia, foi chamada ao palco depois da leitura da poesia Vozes Mulheres, do livro Poemas de recordação e outros movimentos, da escritora mineira.

[11/09/2024 10:00:00]