Em A árvore mais sabida do mundo (Solisluna, 36 pp, R$ 65), a autora aborda o poder transformador da educação, sobretudo para a realidade de crianças negras. “Eu trabalho com a educação há muito tempo, transversalmente. Meu trabalho audiovisual foca na educação, porque eu acho que ela me transformou e acredito que transforma a vida das crianças que têm acesso à educação de qualidade. Eu quis trazer isso nesse primeiro livro, porque escrevo sobre a realidade do meu povo. Estarei sempre falando dessas questões que nos atravessam, que nos tocam. E as crianças pobres, negras, enfrentam muita dificuldade, ainda hoje, para ter acesso à educação básica, à creche, ao ensino fundamental". Símbolo de cura, fartura, fertilidade e sabedoria, o baobá é personagem fundamental. Na história, a árvore acolhe a protagonista, uma menina cujo sonho é estudar. A família da protagonista passa severas dificuldades financeiras, a maior urgência é sobreviver, uma necessidade recorrente em tantos lares brasileiros que, segundo a autora, são forjados na resiliência. "Estamos vivos, indo em frente porque somos um pouco essa árvore. Nossos ancestrais nos deram raízes profundas para não sucumbir, não cair com facilidade. Por isso, eu trouxe essa simbologia, a representação da professora e da mãe no baobá. Eu juntei essas duas forças para poder dar também mais força à protagonista, uma menina que quer ler, estudar e que, mesmo diante de todas as dificuldades, não perde o sonho".