A edição 152 do Jornal Cândido, do mês de julho, retrata o legado da autora Cassandra Rios, escritora de narrativas diretas, ousadas, livres, populares e eróticas. Esse é um dos motivos pelos quais é conhecida como a autora mais censurada do Brasil. Cassandra foi pioneira em suas publicações, sendo a primeira a publicar um romance nacional centrado em um casal de mulheres, sendo uma das únicas autoras brasileiras a viver exclusivamente de direitos autorais, entre outros feitos. É essa trajetória que a repórter Marianna Camargo traz na reportagem especial. Na retranca, uma seleção de obras “proibidas”, publicadas pela escritora entre os anos 1940 e 1980.
Na seção de Entrevista, Juliana Sehn conversa com o artista e escritor Ronie Rodrigues, que por meio da técnica de apagamento, que ele vê como uma forma de palimpsesto, “destruiu” o livro Harmada (1993), de João Gilberto Noll, e criou uma nova obra, João (Telaranha). O jornalista Carlitos Marinho contribui em mais uma edição com a pensata “A poesia introspectiva de Kendrick Lamar em To Pimp a Butterfly”, explorando a habilidade do artista como letrista e sua capacidade de conciliar narrativas profundas com um ritmo dinâmico.
O Cândido também traz um conto de Myriam Scotti, que vai de Manaus, terra da escritora, até uma Polônia dominada pela Rússia czarista no início do século XX. Para a série “Mulheres contra a Ditadura”, apresentamos um relato íntimo da poeta Marise Manoel, coletado durante sua participação na mesa “Poesia e Resistência”, no Festival da Palavra, evento cultural realizado em junho no centro de Curitiba. O Especial Nicolau resgata o artigo “Que literatura é essa?”, de Anamaria Filizola, sobre os desafios da poesia africana na busca de uma identidade cultural própria dentro da língua portuguesa, publicado na 20ª edição do jornal, em fevereiro de 1989. Na editoria de fotografia, Luiz Baltar compartilha registros inéditos da zona norte carioca que mostram a luta por moradia e o direito à cidade. A arte da capa é de Aline Paes.