
A Cidade das Artes conta com espaços de ativações de marcas, praça de alimentação, um restaurante com direito a uma vista, bares e espaços com mesas para pessoas conversarem e trabalharem ao longo do evento. O Creator Square Stage, espaço em que autores e interessados se reuniram para a realização da primeira parte do Pitching Editorial, esteve bastante movimentado durante todas as apresentações.
Por se tratar de um pitching aberto ao público, espectadores podiam transitar, fotografar o palco, conversar com autores e demais pessoas na plateia. Os projetos apresentados na primeira rodada foram As pedras de Marinete, de Maria Filomena Lepecki, Anansi, de Lucas Benetti e Jefferson Costa, Códigos violentos, de Fernando Ticon, Crimes em Copacabana, de Luciana de Gnome, Hominids - The true meaning of evolution, de Dudu Valle e Indevassável sol da manhã, de Giallo Conteúdo e Audiovisual.

"No pitching, você tem a oportunidade de vender a sua paixão, porque é algo diverso do envio de um e-mail, por exemplo", explica Luciana de Gnome, autora Crimes de copacabana (Letramento), um dos destaques do primeiro dia. "E essa coisa de você estar próxima dos curadores, que são pessoas que querem abraçar o seu original, esse contato com o olho é o que faz a diferença, se eles sentirem que você acredita naquele projeto. Acho isso importantíssimo".

Os projetos que participam do pitching passam pela curadoria de uma Comissão Editorial do Rio2C. Stefano Volpi, autor, roteirista e membro da comissão em 2024, comentou mais sobre essa situação inédita em que muitos autores da literatura são colocados, no momento de realizarem o pitching: "Enquanto roteirista, estou muito acostumado a fazer pitching, essa é uma prática muito comum para os roteiristas, que são autores também. Mas no mercado editorial a gente acaba falando muito com as pessoas pela internet, por um email, mandando uma bio. Eu acho que, por conta disso, os autores, na literatura, não estão acostumados com a necessidade que o formato do pitching tem, de não poder ser muito tímido, ter técnicas para poder falar bem do seu livro, e rápido. Isso demanda um preparo. Mas enquanto membro da comissão do pitching, na hora de selecionar os projetos, não conseguimos pensar muito na performance. A gente selecionou os projetos pela qualidade do conteúdo e pelo potencial audiovisual deles".
Ana Luiza Beraba, membra da Comissão de Editorial e também componente do júri do pitching, disse ter ficado surpresa com a qualidade dos pitchings e relembra a primeira vez que veio ao evento, quando ainda se chamava Rio Content, quando não achava as apresentações interessantes. "Quase dormia", brinca. "Sinto do lado editorial uma vontade de fazer algo bem feito. Nas apresentações de hoje tivemos o uso de inteligência artificial, de áudios, de vídeos de apresentação. Essa qualidade não é algo que veríamos anos atrás", complementa.
*A repórter viajou a convite do Rio2C.