
Nascida em 1956 em Ruanda, Scholastique Mukasonga vive desde 1992 na França, atualmente na região da Baixa Normandia. Vencedora do Prêmio Renaudot em 2012 – das mais importantes distinções literárias da França, instituído em 1926, já premiou autores como Céline, Édouard Glissant, Perec, Annie Ernaux, Yasmina Reza, entre outros – e finalista do National Book Award, teve seus livros traduzidos para mais de vinte idiomas. O livro lançado agora no país, Kibogo subiu ao céu, narra o surgimento de uma resistência cultural e social a partir de um povo subjugado.
Já Baratas (2018) remonta ao conflito civil e seus antecedentes armados a partir da rivalidade hierárquica entre os grupos étnicos hutus e tutsis que conviviam, até então, em certa harmonia. A guerra ocorrida em 1994 ocasionou o genocídio de 800 mil pessoas da etnia tutsi massacradas em cem dias por extremistas hutus – dentre elas 37 pessoas da família da autora. Sua produção conta ainda com obras como A mulher de pés descalços e Nossa Senhora do Nilo, abordando temas como as relações sociais de um território em guerra e os conflitos enfrentados pelas mulheres às voltas com a violência pós-colonial no presente.
A memória coletiva, destroçada pela brutalidade do genocídio, e entremeada a passagens históricos e biográficas com uma “roupagem ficcional” são alguns dos aspectos de sua escrita destacados na recepção crítica de sua obra. O bate-papo da autora com o público no Sesc Bom retiro no próximo dia 5 de maio, às 11h, é resultado da colaboração entre o Sesc São Paulo, a Embaixada Francesa e a Editora Nós.
Serviço
Contar para não esquecer – Com Scholastique Mukasonga
Sesc Bom Retiro (Alameda Nothmann, 185, Campos Elíseos – São Paulo / SP). Mediação de Semayat Oliveira
Bate-papo. Dia 5/5. Domingo, às 11h.
Local: Teatro. Livre. Grátis.
A atividade contará com tradução simultânea e com intérprete de libras.