Eleição da Academia Brasileira de Letras​ tem disputa entre Edgar Telles Ribeiro, Lilia Moritz Schwarcz e outros nomes
PublishNews, Redação, 05/03/2024
Pleito para cadeira 9 da ABL será realizado nesta quinta-feira (7), no Rio de Janeiro

Foto da eleição de outubro de 2023, quando Ailton Krenak foi eleito para a ABL | © ABL
Foto da eleição de outubro de 2023, quando Ailton Krenak foi eleito para a ABL | © ABL
A Academia Brasileira de Letras realiza na próxima quinta-feira (7), a partir das 16h, no Petit Trianon, a eleição para a Cadeira nº 9 do Quadro dos Membros Efetivos, vaga com o falecimento do Acadêmico Alberto da Costa e Silva.

Estão inscritos: Edgard Telles Ribeiro, Lilia Moritz Schwarcz, Chirles Oliveira Santos, Ney Suassuna, Antônio Hélio da Silva, J. M. Monteirás e Martinho Ramalho de Melo.

O TRE-RJ irá ceder mais uma vez as urnas eletrônicas. A expectativa é que a eleição dure em torno de 30 minutos, caso não haja necessidade de segundo escrutínio.

Os candidatos

  • Antônio Hélio da Silva

Antonio Hélio da Silva nasceu em Araripe (CE), no dia 9 de novembro de 1959. Filho de Pedro José da Silva e Hermínia Maria da Silva, pernambucanos de Bodocó e Exu. Concluiu o segundo grau em 1986 no Colégio da CNEC – Centro Educacional João Almino em Araripe. No ano 2000 publicou seu primeiro livro – Refúgio (Poesia). Em 2001 publicou seu primeiro cordel – Zé Besta (Oião tu quase matô papai) pelo SESC de Juazeiro do Norte – CE – Projeto SesCordel Novos Talentos.

Em março de 2009 publicou o segundo cordel Recado da Terra ao Homem, patrocínio da Secretaria Municipal de Educação e Cultura e da Secretaria de Desenvolvimento Agrário e Meio Ambiente de Araripe. É membro fundador da Sociedade dos Poetas de Araripe em 2006, sendo seu primeiro presidente. Diante de seus múltiplos sonhos na literatura, um deles é criar a Academia de Letras da Chapada do Araripe.

  • Chirles Oliveira Santos

Chirles Oliveira Santos despertou o interesse pelos livros desde sua infância, sendo o principal deles a Bíblia Sagrada, entre outros livros com viés religioso, nessa época a leitura secular era proibida em sua casa.

Atualmente é funcionária pública, bacharela em Direito pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e cursa licenciatura em Filosofia e em Letras/Inglês. É especialista em Direito do Trabalho e Previdenciário, Violência contra a Mulher, Docência no Ensino superior. É poetisa e escritora. Em 2023 recebeu o título de Doutora Honoris Causa outorgado pela Academia de Letras do Brasil, sucursal de São Paulo, onde ocupa a cadeira 38. Faz parte também da Academia Internacional de Literatura Brasileira, cadeira 835.

  • Edgard Telles Ribeiro

Escritor e Diplomata aposentado. Iniciou sua carreira como crítico de cinema no Rio de Janeiro, onde também escreveu para os suplementos literários de O correio da manhã e O Jornal, dos Diários Associados. Estudou cinema na (UCLA), onde dirigiu alguns curta-metragens. Em 1980, um de seus filmes (“Vietname, viagem no tempo”) foi exibido no Festival de Cannes. Entre 1978 e 1982, foi professor de cinema na UNB. Como escritor, é autor de 14 livros, entre romances e livros de contos, obra esta publicada pela Companhia das Letras, Editora Record e Todavia Livros. Críticos da relevância de Antonio Candido, Antonio Houaiss e Wilson Martins, entre outros, elogiaram sua obra. Um de seus livros, o romance Olho de rei, recebeu o prêmio da Academia Brasileira de Letras para Melhor Obra de Ficção de 2006.

O primeiro romance de sua trilogia, sobre a ditadura militar brasileira (O punho e a renda), conquistou o prêmio de Melhor Romance do Pen Clube em 2011. Dois de seus livros foram finalistas dos prêmios Jabuti (segundo e terceiro lugares). Algumas de suas obras foram publicadas nos Estados Unidos e em diversos países europeus.

  • J. M. Monteirás

J.M Monteirás nasceu em 18 de Agosto de 1953, na Chapada Diamantina – BA. Bacharel em Direito, formado pela UNINOVE; com pós-graduação em Direito Material e Processual do Trabalho latu sensu, também com pós em Direito Material e Processual Previdenciário lato sensu ambas pela faculdade LEGALE; sendo Advogado, jurista, professor de direito, palestrante, articulista, romancista, poeta e compositor.

  • Lilia Schwarcz

Lilia Moritz Schwarcz é professora sênior do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo e Global Scholar (de 2008 até 2018) e atualmente Visiting Professor em Princeton. Publicou mais de 30 livros, vários deles vertidos para outros idiomas, como: Retrato em branco e negro (1987); Espetáculo das raças (1993. Prêmio APCA); As Barbas do Imperador (1998, Prêmio Jabuti livro do ano e Farrar Strauss & Girroux 2000); Brasil uma biografia (com Heloisa Starling, 2015, finalista Prêmio Jabuti); Lima Barreto triste visionário (2018, prêmio Biblioteca Nacional, prêmio Anpocs, finalista Jabuti), entre outros.

Foi organizadora da coleção História da vida privada. Recebeu, entre outras distinções, a Comenda do Mérito Científico em 2010; a medalha Júlio Ribeiro (por destaque cultural e etnográfico) da Academia Brasileira de Letras, em 2008; e a Comenda Rio Branco 2023. Faz parte do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural (Iphan) e do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da República.

  • Martinho Ramalho de Melo

Possui graduação de Licenciatura em História pela Universidade Federal da Paraíba (2012), graduação em Direito - Universidade Federal da Paraíba (1993), graduação em Zootecnia pela Universidade Federal da Paraíba (1983) e graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal da Paraíba (1982).

  • Ney Suassuna

Ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ele tenta acompanhar caminho percorrido pelo primo Ariano Suassuna (1927-2014), que assumiu posto entre os imortais da Casa de Machado de Assis em 1990. Esta é a segunda vez que Ney Suassuna disputa o espaço. Em outubro, ele acompanhou a escolha de seu então concorrente, Ailton Krenak, para a cadeira anteriormente ocupada pelo historiador José Murilo de Carvalho (1939-2023). De outubro para cá, Ney Suassuna lançou 12 livros. Ao todo, ele acumula mais de 40 títulos, que vão da poesia e da prosa às ciências sociais.

A vaga: Alberto da Costa e Silva

Um dos mais importantes intelectuais brasileiros, Alberto da Costa e Silva era especialista na cultura e na história da África, onde foi embaixador do Brasil por quatro anos, na Nigéria e no Benin. Sua obra é fundamental para o desenvolvimento dos estudos e do ensino da história do continente africano. Escreveu mais de 40 livros, entre poesia, ensaio, história, infanto-juvenil, memória, antologia, versão e adaptação.

Eleito para a Academia Brasileira de Letras em 2000, foi o quarto ocupante da Cadeira nº 9, na sucessão de Carlos Chagas Filho. Presidiu a ABL no biênio 2002-2003. Ocupou os cargos de Secretário-Geral em 2001, primeiro-Secretário em 2008-2009 e Diretor das Bibliotecas em 2010-15. Era também Sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Portuguesa da História.

Em 2014, recebeu o Prêmio Camões; em 2003, o Prêmio Juca Pato – Intelectual do Ano de 2003, da União Brasileira de Escritores e Folha de S. Paulo; e em 2007, foi escolhido o Homem de Idéias pelo Jornal do Brasil.

[05/03/2024 09:00:00]