O Selo Emília e a Solisluna Editora lançam uma nova coleção de livros chamada 'Canteiro de Obras' que pretende colocar no centro do debate experiências e reflexões dos educadores a partir de suas práticas de ensino, diálogos em sala de aula, análise de atividades, possibilidades e saberes que nascem da prática docente cotidiana. As editoras Dolores Prades e Valéria Pergentino explicam que a coleção visa preencher uma lacuna. Ainda que sejam atores fundamentais, professores nem sempre são protagonistas no debate sobre educação no Brasil. No entanto, revelam-se fundamentais para compreender realidades e encontrar potencialidades frente aos desafios da contemporaneidade. O evento de lançamento ocorre no sábado, dia 20 de janeiro, às 15h, na Livraria Martins Fontes Consolação (Rua Doutor Vila Nova, 309 – São Paulo / SP).

O nome dado à coleção reflete a perspectiva de que os educadores estão sempre em formação. A coleção quer registrar esse movimento constante de aprendizados, de construção contínua de saberes a partir do chão da escola, um fluxo que é da vida e também da profissão. São textos reflexivos ancorados em vivências, que têm como pano de fundo uma sociedade plural, diversa, a partir de realidades que demandam olhares múltiplos, acolhedores, sem perder de vista as grandes questões sociais, no contexto brasileiro, mas não só.

Infâncias e escritas

A obra que abre a coleção é também o primeiro volume de uma série intitulada Infâncias e escritas. O livro Produção de textos na escola é de autoria de Andréa Luize, Andréa Dias Tambelli e Bárbara Franceli Passos, pedagogas com experiência em formação de professores e longa bagagem em sala de aula. A publicação apresenta reflexões sobre o ensino da produção de textos, em classes de educação infantil e anos iniciais e no ensino fundamental, pautadas na concepção construtivistas de aprendizagem e nos estudos sobre a didática que dela se originam. Tem como objetivo contribuir com a inserção das crianças em uma comunidade social de leitores, escritores, falantes e ouvintes, imersos em culturas letradas. Neste livro, as crianças são vistas como escritoras e leitoras, sujeitos ativos e inteligentes, com muitos saberes sobre a língua e sobre as práticas comunicativas em que ela é utilizada. É um convite para que os educadores possam refletir sobre a sua ação pedagógica e buscar caminhos para que as crianças sigam aprendendo.

"A coleção nasce em um momento de bastante complexidade no cenário educacional brasileiro, no pós-pandemia e em um contexto político de extrema desvalorização da escola e da profissão docente. O livro reacende o compromisso ético da escola com a formação de leitores críticos e recupera sua missão original e irrenunciável em formar usuários competentes da leitura e da escrita, capazes de ler e de reconhecer-se como produtores da língua escrita”, destaca Beatriz Gouveia, formadora de professores e assessora de redes municipais e particulares de educação, diretora da Educação Infantil e 1o ano do Colégio Santa Cruz, em São Paulo, que assina a apresentação do livro Produção de textos nas escolas. Os próximos volumes da série Infâncias e escritas são: 2. Literatura e currículo, 3. Práticas de alfabetização inicial e 4. Leitura e escrita de textos informativos na escola.