Em 2024, a Flip deve ser realizada em setembro – mesmo mês da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, já marcada para os dias 6 a 15 de setembro. Em 2025, a Flip deve voltar para a data original, em julho. O intenso calor e o apagão – causado por uma manutenção da rede elétrica por parte da concessionária, a Enel – fizeram editores e frequentadores clamarem pelo retorno à data original. A mudança da época do ano foi decorrente, nos últimos dois anos, da pandemia e de atrasos na liberação e captação de recursos. Para os próximos anos, a Associação Casa Azul, que organiza a Festa, tem aprovado um plano plurianual na Lei de Incentivo à Cultura, o que deve contribuir para a organização.
Segundo a Flip e a Prefeitura, 27 mil pessoas visitaram a cidade durante a Flip 2023, número 10% maior do que no ano passado. Houve também um crescimento na ocupação do Auditório da Praça (5% a mais média). Em contato com o PublishNews na sexta-feira (24), a Prefeitura de Paraty informou que a taxa de ocupação dos hotéis e pousadas da cidade era de 80%, segundo a Secretaria de Turismo. Veja abaixo outros números da 21ª Flip.
Casa PublishNews
Às 11h, Xico Sá conversou com o jornalista Rodrigo Casarin, ambos apresentando seus novos lançamentos (A falta, da Planeta, e A biblioteca no fim do túnel, da Arquipélago) e falando sobre literatura e futebol. Mais tarde, às 14h30, Conceição Evaristo passou pela Casa para falar com a jornalista da CNN, Luciana Barreto, sobre os 20 anos de seu primeiro romance, Ponciá Vicêncio (Pallas). Nos dois momentos, leitores e leitoras tiveram que sentar no chão ou permanecer de pé quando já não havia mais lugares disponíveis.
O cordelista, cantor e compositor Costa Senna, autor de Caminhos diversos – sob os signos do cordel (Global Editora), fez um show também para uma audiência atenta, e ao longo do dia, diversos assuntos do mercado editorial estiveram em pauta: tecnologia, criação e divulgação dos livros, fusões e aquisições, tradução e PoD.
Neste ano, foi renovado o recorde de parceiros comerciais da Casa. De 19, no ano passado, a Casa passou para 25, entre patrocinadores master, patrocinadores, empresa envolvida em ação pontual e apoiadores. São eles:
- Patrocínio Master: CBL e Transpo Express
- Patrocínio: SNEL, Bookwire, Maralto, Outra Margem, Labrador, nVersos, MVB, Bella, UmLivro, Centauro Comunicaciones, DBA, Grupo Editorial Global, Letras do Pensamento, Saraiva Educação, Audible Brasil, Editora da Ponte, Alta Books, LC – Agência de Comunicação, Zain e Nielsen BookData.
- Empresa envolvida em ação pontual: Oasys Cultural
- Apoio: Sesc, Gráfica Viena e Let's Beer.
Editores e editoras avaliam a Flip 2023
“Para a Alta Books, foi um ano muito bom”, explica a diretora de marketing do Grupo, Andrea Guatiello. “Cumprimos o objetivo de nos consolidar no mercado da literatura. No nosso segundo ano, tivemos autor internacional na programação principal, Akwaeke Emezi, e o Marcelo Maluf esteve presente em diversas mesas. Achei que estava mais cheio do que no ano passado, e a programação paralela vem ganhando mais força. Conseguimos fazer parcerias incríveis com jornalistas e influenciadores literários. Mantivemos a estratégia do ano passado: programação nas casas parceiras e a nossa casa para networking. Em termos de branding e marketing, estamos muito satisfeitos”, explicou. Ela concorda que o evento precisa voltar para a sua data original.
Sobre a já tradicional Casa Paratodos (que neste ano reuniu Nós, Dublinense, Relicário e Tabla), ela conta que esteve lotada o tempo todo, tanto a programação, quanto a mini-livraria, que “vendeu muito bem”. “Desejamos profundamente que o evento volte a ser em julho”, comentou. “Fica a grande pergunta de quem será a curadora ou curador da próxima edição. Como lidar com a nova realidade da Flip? Porque não é mais ‘a’ Flip, são várias Flips. É necessário que a Flip original acolha as programações paralelas como parte da Festa, e não como algo que está à margem. Hoje, a Flip precisa de programação paralela para poder satisfazer as necessidades do público”, avaliou.
Para o editor da Reformatório, Marcelo Nocelli – que neste ano participou da Casa Pagã, inédita no evento – uma das questões é a falta melhorias na infraestrutura da cidade. “Eu venho à Flip desde 2008, sabemos da importância do evento. Não vemos nenhuma melhoria na cidade, isso é um ponto ruim”, lamenta.
Ele concorda que a realização do evento em novembro, pós Festa do Livro da USP, também é complicada. “Flip em julho é sempre melhor. Combina mais com o evento, com Paraty. Mas de positivo, o que notei é que foi uma Flip com bastante diversidade em todos os sentidos, diversidade literária, cultural e nas programações. Casas parceiras muito interessantes. A Casa Pagã, no seu primeiro ano, fiquei muito feliz, fizemos 35 mesas, misturando autores e autoras. Nem saí muito da Casa, porque dá muito trabalho, mas colhi muitos elogios. Senti uma venda de livros um pouco menor, mas a oferta tem crescido também. A Casa Queer foi um ponto alto dessa Flip, e o melhor é sempre encontrar os amigos e amigas nas ruas”, explicou.
Ele concorda, porém, que a data em novembro foi ruim. “A Flip ser no final de novembro é um erro por diversos motivos, o calor, as agendas pessoais de trabalho do público e dos autores convidados, a agenda das editoras, do próprio mercado editorial, não é um período tão interessante para lançamentos, vende-se menos livros, não é bom para o cronograma turístico de Paraty... Espero que retorne para julho”, conclui.
Flip em números
- Número de espaços parceiros: 44
- Taxa de ocupação das pousadas: 84%
- Estimativa de pessoas em Paraty: 27 mil pessoas
- Pousadas parceiras: 86
- Editoras parceiras: 14
- Embaixadas e consulados: 3
- Praça aberta: 17 espaços
- Número de acessos no Youtube até o momento: 24.057
Leis de incentivo
- Aprovado na Lei Rouanet = R$ 9,1 milhões
- Captado via Lei Rouanet até o momento = R$ 5 milhões
- Outras captações até o momento = R$ 4 milhões
- Custo da 21ª Flip = R$ 10 milhões
O projeto é realizado pelo Ministério da Cultura e pelo Governo Federal, com concepção da Associação Casa Azul. Conta com o benefício da Lei Federal de Incentivo à Cultura, Patrocínio Master do Instituto Cultural Vale, Patrocínio Ouro de Itaú Unibanco, CCR e Caixa Econômica Federal, Patrocínio Prata do jornal O Globo, Maqmóveis e Sebrae, Patrocínio Bronze da Globo Livros e da Eletronuclear e Parceria Institucional de Sesc CNC Senac, Prefeitura de Paraty, Embratur e Museu do Território.