Entre os maiores estandes, os números impressionam, mesmo quando a comparação se faz com a Bienal do Rio 2019 (antes das restrições da pandemia) e com a Bienal de São Paulo de 2022, que para muitas editoras já havia sido a maior de todos os tempos. Na HarperCollins, as vendas tiveram um aumento de 190% em relação à Bienal de São Paulo e, em faturamento, um crescimento de mais de 250%. No Grupo Editorial Record, o crescimento registrado foi de quase 50% em relação a 2022. A Record comercializou durante o evento cerca de mil títulos diferentes e afirma ter vendidos 100 mil livros.
A Companhia da Letras também divulgou ter atingido, pela primeira vez, a marca de 100 mil exemplares vendidos em uma Bienal do Livro. O Grupo não divulga comparativos em relação aos outros anos.
A Rocco vai fechar com faturamento 135% acima de 2019 no Rio, e 85% acima de São Paulo em 2022, que já tinha sido a maior da história para a editora. A Globo Livros teve a sua “melhor Bienal de todas”, com aumento de 60% no faturamento em relação aos resultados da Bienal do Livro de São Paulo. O Grupo Autêntica registrou um faturamento 76% superior em relação a 2019. E a Melhoramentos registrou vendas 30% superiores em relação à Bienal do Livro Rio 2021.
Sextante e Arqueiro levaram nove autores para participar da programação e venderam 60 mil livros durante os 10 dias de evento – número 40% maior do que na Bienal de São Paulo de 2022. Já a Intrínseca afirma ter vendido 70 mil livros, 30% a mais do que na capital paulista no ano passado.
A Planeta, que não participou da Bienal em 2021, projetou para este ano um crescimento 80% maior do que em 2019, o que, segundo Gerson Ramos, diretor comercial da editora, já se demonstraram superiores. "Contribuíram para esta alta performance os vouchers oferecidos pelas Secretarias Municipais e Estadual para compra de professores e alunos, bem como a maior competitividade dos títulos lançados no ano que a editora completa 20 anos de Brasil".
Estreando na Bienal, a Antofágica também comemorou os resultados. "Com certeza, foi uma estreia histórica. É uma experiência maravilhosa estarmos próximos do público, recebendo o carinho daqueles que já nos acompanham e aproveitando o espaço para conquistar novos leitores para os clássicos. Batemos nossas metas, fizemos ótimas conexões e reafirmamos que os clássicos ainda têm muito a dizer. A sensação é de dever cumprido e empolgação!", celebrou Mayra Medeiros, coordenadora de comunicação da editora.
De acordo com a organização, 5,5 milhões de livros foram vendidos nesta Bienal, uma média de nove por pessoa. Com mais de 497 editoras, selos e distribuidoras, o tíquete médio de gastos com livros chegou a aproximadamente R$ 200.
“Esta é a maior Bienal de todos os tempos”, afirma a diretora da GL Events, Tatiana Zaccaro. “Desde a criação da nova marca mais interativa até tornar o festival um patrimônio cultural do Rio, a intenção era que a cidade se apropriasse da Bienal e isso realmente aconteceu. Tradicionalmente, recebemos um número maior de visitantes aos fins de semana e quando há feriados, mas a distribuição de público foi muito bem equilibrada, inclusive nos dias de semana e em dias lindos de sol”.
Tatiana ainda acrescenta que a edição histórica trouxe uma série de novidades para ampliar as experiências do público. “Estamos falando do livro como ponto de partida ou chegada, a partir de uma transversalidade com os mais diversos tipos de mídia, porque os assuntos tratados no livro físico também viram séries, filmes, games, música, e isso garante que as histórias possam atrair mais pessoas formando novos leitores, já que o livro é sempre o protagonista”, comenta.
Para o presidente do SNEL, Dante Cid, os resultados desta edição superaram as previsões do mercado. O editor ainda celebrou os bons números do programa de visitação escolar.
“O SNEL, junto aos editores brasileiros, trabalha arduamente para que o país tenha um futuro leitor. A Bienal do Livro Rio 2023 ficará marcada pela forte conexão entre as pessoas e as histórias que amam. Com o apoio das secretarias de educação estadual e municipais alcançamos um recorde de participação de alunos e professores da rede pública, reforçando a criação desta semente pela leitura que o país tanto precisa, impactando diretamente mais de 100 mil alunos, professores, suas bibliotecas e salas de leitura,” destacou Dante.
Este ano, o festival extrapolou o Riocentro e levou a “Bienal nas Escolas” a dois colégios municipais na Zona Norte. Além disso, junto com o SNEL e as editoras associadas e expositoras, distribuiu 2 mil exemplares em parceria com o MetrôRio aos passageiros do sistema e apoiou o Hemorio com entrega de livros para doadores, recolhendo 790 bolsas de sangue, o que permitiu a distribuição de obras literárias para hospitais do SUS. A Bienal também firmou parceria com a Arquidiocese do Rio para distribuir outros mil livros para bibliotecas sociais da entidade.
A repercussão entre as editoras
Entre as editoras, a repercussão é praticamente unânime e quase sempre hiperbólica. "A gente sai da Bienal impactada com a força do livro! A multidão de jovens leitores nos dá a certeza de que a nova geração encontrou o prazer da leitura", comemora a presidente do Grupo Editorial Record, Sonia Machado Jardim.
“Celebrar os 25 anos da Sextante nesta Bienal histórica foi motivo de muito orgulho. Estar com nossos autores em eventos muito bem-organizados e concorridos, e ver os pavilhões lotados de leitores, nos enche de esperança de um dia podermos chamar o Brasil de uma nação leitora”, comemoram os diretores da Sextante, Marcos e Tomás da Veiga Pereira, em nota.
“A Bienal do Livro deste ano foi histórica para a HarperCollins Brasil”, afirma a diretora executiva do grupo, Leonora Monnerat.
Bienal do Livro Rio 2023 em números:
- 600 mil visitantes
- 5,5 milhões de livros vendidos
- 9 livros por pessoa
- 497 editoras, selos e distribuidoras
- R$ 200 foi o ticket-médio de gastos com livros
- 90 mil metros quadrados, 10% maior que na edição de 2019
- 380 autores na programação oficial
- 100 mil alunos de escolas da rede pública
- 13 toneladas de lixo reciclável