
“Christina Sharpe tem se dedicado a pensar as múltiplas implicações do legado narrativo da escravidão do povo negro. Com sagacidade, ela mapeia os valores de beleza que emergem da arte negra, sinalizando que também os artistas negros criam linguagens em meio à destruição que os persegue. Em nosso país, em que a branquitude insiste em ocupar todos os espaços da cultura e do pensamento, determinando com tolerância mínima, quem são os poucos não-brancos que podem acompanhá-los nessa travessia farsesca, a difusão da obra de Sharpe é especialmente relevante”, explica Fernanda Bastos, uma das curadoras da festa literária, em nota.

“Christina Sharpe penetra profundamente no passado da diáspora africana não apenas para identificar as marcas das violências historicamente perpetradas contra populações negras, mas, sobretudo, para evidenciar a contínua manipulação das vidas negras por um sistema branco enraizado na sociedade. Ter ela na Flip certamente nos possibilitará uma experiência sensível, instigante e profundamente relacionada a nossa realidade”, conclui Milena Brito, curadora que faz dupla com Fernanda Bastos.