Companheira de Zumbi, Dandara dos Palmares foi reconhecida como guerreira e estrategista na defesa do Quilombo dos Palmares, o maior símbolo da resistência negra no Brasil. O local, situado na Serra da Barriga, era refúgio para os povos que lutavam contra a escravização no século 17. Desde 1985, é reconhecido como um Patrimônio Histórico, Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico e, em 2017, a localidade recebeu o título de Patrimônio Cultural do Mercosul.
Em 2019, 22 anos depois, Dandara dos Palmares teve seu nome inscrito junto ao de Zumbi no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, que fica no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília. Junto à mãe de Luís Gama, um dos principais abolicionistas do Império, Dandara foi uma das primeiras mulheres negras a receber a honraria. Antes dela, havia apenas duas mulheres na lista, Ana Néri, pioneira da enfermagem no Brasil, e Anita Garibaldi, que participou da Revolução Farroupilha e do processo de unificação da Itália.
Sempre perseguindo o ideal de liberdade, Dandara não tinha limites quando o que estava em jogo era a segurança do quilombo. Ela defendia a paz em troca de terras no Vale do Cacau. Essa proposta do governo português seria um passo para a destruição da República de Palmares e a volta à escravidão. Dandara foi presa e, logo após, cometeu suicídio para não voltar à condição de escravizada.
O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho, é uma data que tem como objetivo reconhecer a luta e a resistência dessas mulheres ao longo da história, bem como destacar suas contribuições significativas para a sociedade e cultura.