Um painel internacional de especialistas entregou, na quarta-feira (15), à Justiça chilena, um relatório que demonstra possíveis evidências de que o poeta Pablo Neruda tenha sido assassinado por envenenamento – embora a juíza responsável pelo caso tenha afirmado que ainda não é possível determinar essa conclusão, de acordo com as agências internacionais de notícias.

O laudo pericial não é vinculante, e a Justiça agora tem outras fases de investigação para cumprir antes de determinar qualquer veredito.

Um sobrinho do poeta disse à EFE que o relatório tem evidências suficientes para concluir que Neruda foi inoculado com uma bactéria do botulismo, e que essa seria a causa de sua morte – e não um câncer de próstata, como dizem os registros oficiais. Mas mesmo na família há divergências. Outro sobrinho, por exemplo, apontou que na época – setembro de 1973, início da ditadura chilena – o regime ainda não utilizava armas químicas.

Neruda morreu na noite de 23 de setembro de 1973 na Clínica Santa María, no centro de Santiago, 12 dias depois do golpe que derrubou Salvador Allende. Ele venceu o Prêmio Nobel de Literatura em 1971.

Outras investigações já haviam encontrado a bactéria no corpo do poeta, mas ainda não há conclusões históricas sobre o caso, que desperta grande curiosidade no Chile – mas também em toda a América Latina.