
No ato, estavam presentes principalmente profissionais do teatro – a reunião foi divulgada por André Acioli, gestor e curador do Teatro Eva Herz, que fica dentro da Livraria – e jornalistas em busca de imagens.
A ex-funcionária – que chegou a pedir para não ter sua imagem divulgada – dirigiu críticas severas ao CEO da Cultura, Sergio Herz, e solicitou que os presentes também cobrassem da família o pagamento das dívidas com os funcionários. "O mínimo que o senhor tinha que fazer era pagar o que devia", disse. Ela afirmou que tinha nove parcelas do seu fundo de garantia para receber da Livraria, no valor de R$ 600, mas recebeu apenas três. "As vítimas não são os senhores, somos nós, os trabalhadores", disse aos artistas e produtores presentes.
Os créditos trabalhistas foram uma das principais razões citadas pelo juiz na decisão proferida na quinta-feira (9) para decretar a falência da Livraria Cultura. O PublishNews entrou em contato com a rede nos últimos dias, mas não recebeu respostas.
A atriz Clarice Niskier – que atua na peça A alma imoral, em cartaz em diferentes períodos no Teatro Eva Herz desde 2008 – também participou do ato. "Essa proximidade com a livraria, com os livros, aumentou em mim a fé da importância da cultura", disse. "Estamos aqui para pedir mais uma chance para a livraria. Sei que existem muitas questões, isso (a falência) não aconteceu à toa. Mas que esse lugar possa continuar em São Paulo".
Outra atriz, Leona Cavalli, leu um trecho de Erasmo de Roterdã e pediu para que alguém investisse no espaço. "Não é só pelo nosso amor e pelo nossa visão como artistas, mas como estrutura também", afirmou. A atriz também usou as redes sociais para falar sobre o possível fechamento da Livraria.
Mais cedo, o ator e diretor Diego Summer leu um trecho de um texto da escritora Claudia Canto, e lamentou o fechamento do espaço. "Junto com a Livraria, como projeto, o Teatro também faz parte. O encontro do livro com o teatro aqui é avassalador, é incrível. Perder um espaço como esse é uma perda para a cidade de São Paulo, não apenas para a literatura e para o teatro".