Autor de dezenas de livros – no Brasil, a Todavia publicou uma antologia, Meu anjo da guarda tem medo do escuro, em 2021 – Simic era reconhecido como um dos principais poetas da sua geração. Nascido e criado em uma Iugoslávia em guerra, sem escrever em inglês até boa parte dos seus 20 anos, seus poemas "eram geralmente curtos e diretos, com mudanças surpreendentes e às vezes chocantes no humor e nas imagens, como se para espelhar a crueldade e a aleatoriedade que ele aprendera desde cedo", de acordo com a AP.
Outras características da sua literatura eram o jogo de palavras e a intersecção entre grandes pensamentos e situações corriqueiras.
No decorrer de sua longa e produtiva carreira, Charles Simic foi também celebrado por suas imagens inovadoras e sua voz absolutamente própria no cenário da poesia contemporânea de língua inglesa. Simic emigrou com a mãe e um irmão para os EUA em 1954, reencontrando-se então com o pai, que desembarcara por lá dez anos antes. A infância, na qual testemunhou bombardeios, brutalidade e a ocupação nazista, deixaria profundas marcas na sua obra.
A antologia Meu anjo da guarda tem medo do escuro reuniu pela primeira vez no Brasil uma amostra da sua poesia. Com seleção e tradução do poeta Ricardo Rizzo (que também assina o posfácio), o volume mostra a variedade de tópicos abordados pelo autor: da inescrutabilidade da vida cotidiana a observações de caráter metafísico; de contos populares a casamento, guerra e vida urbana.
Charles Simic nasceu em Belgrado, na Sérvia, em 1935. Teve publicados dezenas de livros de poemas e coletâneas de artigos e ensaios sobre literatura, volumes de memórias, além de traduções de poetas do Leste Europeu. Era professor emérito de literatura americana e criação literária na Universidade de New Hampshire, onde lecionava desde 1973. Ele recebeu o Pulitzer de poesia em 1990 e foi poeta laureado dos EUA entre 2007 e 2008.