No aplicativo Books da empresa, a busca por “narração AI” revela o catálogo de obras incluídas e que são descritas como sendo “narradas por voz digital com base em um narrador humano”. Nos últimos meses, a Apple abordou editoras independentes como potenciais parceiras, incluindo algumas no mercado canadense, mas nem todas concordaram em participar.
Os autores foram informados de que a Apple – que na época não era apontada como a empresa por trás da tecnologia – arcaria com os custos de produção e os escritores receberiam royalties pelas vendas. Já os editores envolvidos no projeto foram obrigados a assinar acordos de não divulgação – comuns no campo da tecnologia – mas também refletindo a notória busca de sigilo da empresa.
A estratégia da Apple é vista como uma tentativa de se aproveitar do lucrativo e crescente mercado de audiolivros – mas ela também pode intensificar as alegações de comportamento anticompetitivo da empresa.
No ano passado, as vendas de audiolivros aumentaram 25%, arrecadando mais de US$ 1,5 bilhão e especialistas do setor acreditam que o mercado global pode valer mais de US$ 35 bilhões até 2030.
O desenvolvimento da inteligência artificial da Apple para narrar livros pode representar uma mudança significativa na forma como as principais empresas de tecnologia veem o futuro dos audiolivros.
Editores, autores e agentes literários ouvidos pelo The Guardian se dividem em achar que a estratégia – se bem-sucedida – pode ter significativas implicações para o mercado; e em acreditar que nada substitui a narração humana.
Em dezembro, chegou ao Brasil a ferramenta similiar do Google Play Livros, o audiolivro com narração automática. Por meio de tecnologia baseada em inteligência artificial, o aplicativo gera a narração de um livro digital de modo automático. Com a novidade – já disponível em outros 21 países – a companhia também aposta no crescimento do mercado de audiolivros