Que sensação – euforia (e um pouco de alívio, para ser sincera) – após o término do 33º Congresso Internacional de Editores realizado pela IPA em Jacarta, na Indonésia. Depois de quase dois anos de preparativos, tivemos mais de 600 participantes, 52 moderadores e palestrantes, de 63 países, para discutir, compartilhar, analisar e celebrar nosso setor editorial internacional.
Fomos recebidos de maneira impecável por nossos anfitriões. Tenho que agradecer ao governo de Jacarta por tornar gratuita a inscrição no Congresso, o que fez uma grande diferença após a pandemia. Também tenho que agradecer ao nosso parceiro exclusivo de viagens globais da IPA, a Emirates, que possibilitou a minha participação e de todo o staff da IPA.
Construímos um programa em torno do tema Reading Matters: Embracing the Future, mas ainda assim ouvimos várias vezes outras questões comuns surgindo na maioria das sessões.
A pandemia nos lembrou porque a leitura é importante. Tantas pessoas se voltaram para a leitura naqueles dias difíceis. Muitos mercados viveram solavancos nas vendas. E tantas crianças, em países mais pobres sem acesso aos livros em suas escolas, foram privadas de aprender a ler. Em muitas partes do mundo, as crianças ainda estão se recuperando. Isso é duro de ver. Ao discutir a liberdade de publicar e ouvir sobre as situações difíceis na Tailândia e no Irã, você entende o quanto a leitura é importante para as pessoas de lá.
No meu painel sobre livros infantis, as discussões sempre voltavam para a necessidade de criar esse amor pela leitura nas crianças. Tivemos também um painel dedicado à evolução dos índices de leitura e como a leitura tem que competir com outras formas de entretenimento. Enquanto a leitura sempre foi enfatizada, as discussões sempre se voltavam para o futuro: onde estão as oportunidades? Como podemos fazer com que o mercado se desenvolva?

De certa forma, o Congresso permitiu que todos nós nos reuníssemos, também em torno de questões específicas, para aprendermos uns com os outros. Pudemos celebrar nossos pares, sejam eles colegas, como o editor indiano Asoke Ghosh, que dedicou sua vida a apoiar o setor editorial internacionalmente, ou editores como o vencedor do IPA Prix Voltaire 2022, Thanapol Eawsakul, da Tailândia, que arrisca sua própria liberdade e segurança para publicar livros desafiadores. Também fiquei muito feliz em ver meus amigos da CBL ganharem o prêmio de Inovação Editorial com o projeto Conexão Livraria.
Muitas vezes focamos apenas no nosso trabalho diário, lutando para sermos os melhores editores que podemos ser. Para mim o congresso foi um momento para dar um passo atrás e ver o mercado de outra perspectiva. Obviamente, o local era muito longe, então nossa delegação brasileira foi pequena, mas com o próximo congresso agendado para Guadalajara, de 4 a 6 de dezembro de 2024, realmente espero que possamos ver mais editores brasileiros compartilhando seus conhecimentos e aprendendo com seus colegas de outras partes do mundo. Mal posso esperar por isso!
Os vídeos completos das sessões podem ser assistidos aqui e aqui.
