Na primeira cerimônia presencial do prêmio desde 2019, Karunatilaka recebeu o troféu das mãos da rainha consorte Camila. Além de levar a estatueta para casa, o vencedor ganha em sua conta bancária um prêmio de 50 mil libras, cerca de R$ 300 mil.
Na habitual justificativa da premiação, os membros do júri destacaram a ambição do trabalho do autor, descrevendo o livro como uma jornada pela vida e pela morte, destacando em sua narrativa uma “audácia hilária”.
No enredo, o fotógrafo gay Maali Almeida é assassinado durante confrontos da Guerra Civil no Sri Lanka, mas ele desperta, porque foi agraciado com um período extra de vida de sete luas para procurar amigos e levá-los até fotos escondidas em que ele registrou atrocidades cometidas durante o conflito.
Em seu discurso de agradecimento, Karunatilaka, que tem 47 anos, disse ter esperanças que as pessoas no Sri Lanka entendam que essas ideias de corrupção racismo e nepotismo disseminadas no país nunca irão vencer a liberdade. “Espero que meu livro seja lido por um país que aprenda com suas histórias, e gostaria que o livro fosse vendido na seção de livros de fantasias, para não ser confundido com realismo ou sátira política.”
Os seis finalistas do Booker Prize 2022 tinham representantes de cinco nacionalidades e quatro continentes, com uma divisão igualitária de três homens e três mulheres. Além de Karunatilaka, estavam na disputa o inglês Alan Garner (com Treacle walker), o americano Percival Everett (The trees), a iraniana Claire Keegan (Small things like these), a americana Elizabeth Strout (Oh William!), e a escritora do Zimbábue NoViolet Bulawayo (Glory).