
Colunista da Folha, ele é reconhecido como o biógrafo mais bem-sucedido na literatura brasileira, com livros do gênero que chegaram ao topo das listas de mais vendidos. Ele se dedicou a contar a vida de personagens como o dramaturgo e escritor Nelson Rodrigues, em O anjo pornográfico, de 1992, o jogador de futebol Garrincha, em Estrela solitária (1995), e a cantora e atriz Carmen Miranda, em Carmen: uma biografia (2005).
De certa forma, ele publicou também uma espécie de biografia coletiva dos artistas da Bossa Nova, notadamente João Gilberto e Tom Jobim, nos livros Chega de saudade (1990, com edição revisada em 2016) e A onda que se ergueu do mar (2017).
Sua ligação com o Rio de Janeiro é intensa, e em outro de seus títulos, Ela é carioca (1999), Rui elencou episódios que fizeram a história de Ipanema nas décadas de 1950 e 1960, época de muita exuberância e relevância artística na cidade. Ele também tem um trabalho importante como tradutor.
Nos anos 1970, conseguiu dar uma ótima versão em português dos contos de Woody Allen, publicados em volumes pela L&PM, nos quais manteve o humor em ritmo frenético e cheio de referências intelectuais do cineasta e escritor americano. O livro mais recente publicado por Ruy é a ficção histórica Os perigos do imperador, lançado em agosto pela Companhia das Letras, casa do catálogo do novo imortal.
Depois do anúncio oficial da votação, Ruy Castro recebeu amigos, em seu apartamento, incluindo acadêmicos. Segundo convidados, estava muito alegre e contou histórias da cadeira 13. Ela foi ocupada anteriormente por Francisco Otaviano, Francisco de Assis Barbosa, Augusto Meyer, Hélio Lobo, Souza Bandeira, Martins Júnior, Francisco de Castro e Visconde de Taunay. Ruy Castro sucede na cadeira a Sergio Paulo Rouanet, que morreu em julho deste ano.
A cerimônia seguiu ritos tradicionais. O presidente da ABL, Merval Pereira, queimou os papéis com os votos em uma pira. Há décadas esse ato expõe ao público que houve consenso entre os acadêmicos na escolha de seu novo colega.