Na tarde da última terça-feira (27), Tom Zé foi eleito como o mais novo imortal da Academia Paulista de Letras (APL), com 32 votos a favor dos 35 válidos. O cantor e compositor assume a cadeira 33, antes pertencente ao humorista Jô Soares, que morre no mês de agosto.

Em nota oficial no site, a APL declarou: “O compositor, poeta, músico e ecologista escolheu São Paulo para viver e muitas de suas músicas contemplam a capital, como ‘São, São Paulo’, que ganhou o festival da Record em 1968”.

Tom Zé tem 85 anos e é natural da Bahia, no município do Irará, mas vive em terras paulistas há mais de 50 anos. Ele foi um dos nomes do movimento Tropicália, que marcou profundamente diversas formas de expressão artística, como a música, o cinema, o teatro, a poesia e as artes plásticas. Uma das composições de Tom Zé, São, São Paulo, homenageava a cidade paulistana; em trecho da música, "Porém com todo defeito / Te carrego no meu peito / São, São Paulo quanta dor / São, São Paulo meu amor". O sucesso foi lançado em seu álbum de estreia, Grande Liquidação, de 1968.

Seu último trabalho musical foi o álbum Língua Brasileira (2022) e, em 2020, teve a sua biografia oficial publicada pelo Sesc. Com o nome Tom Zé: o último tropicalista, o livro foi escrito pelo jornalista italiano e pesquisador de música brasileira, Pietro Scaramuzzo.

O anúncio da escolha chega algumas semanas depois da nomeação de Djamila Ribeiro para ocupar a cadeira 28 da mesma instituição. A filósofa, feminista negra, escritora e colunista do jornal Folha de São Paulo assume o lugar de Lygia Fagundes Telles, escritora que morreu em abril desde ano.