
O Globo publicou entrevista com Domenico de Masi, o criador do “ócio criativo”. Em novo livro, O trabalho no século XXI, publicado pela Sextante, o sociólogo italiano investiga os desafios profissionais no mundo pós-industrial e pós-pandemia. Dos ateliês renascentistas à uberização dos serviços, ele mostra como o trabalho sofreu inúmeras transformações ao longo dos séculos, mas sempre espelhou os anseios e as esperanças do homem. De Masi analisa o declínio da perspectiva industrial na economia e defende uma produção mais inteligente, livre e flexível, que valorize a felicidade humana,
A Folha fez cobertura da participação do pesquisador Steve Johnson no evento anual de palestras Fronteiras do Pensamento. No Teatro Claro, em São Paulo, o autor americano dedicou sua explanação a derrubar alguns mitos sobre a inovação, seu tema predileto, que aparece em livros como De onde vêm as boas ideias e Longevidade, publicados pela Zahar. Para ele, nos avanços tecnológicos que importaram ao longo da história humana o “momento eureca” é um mito. “Ideias realmente inovadoras costumam levar décadas antes de se cristalizar em algo útil de verdade”, afirmou. Para ele, mais importante são aquilo que ele chama de “palpites lentos”, aquela ideia que você tem guardada no fundo da cabeça e que demora para fazer sentido prático, às vezes esperando surgir uma nova tecnologia para ser aplicada. “Por isso eu sugiro anotar todas as ideias, sempre”, brincou. Johnson também defende que a inovação costuma ser um processo feito em conjunto e não através de iniciativas individuais.
A Folha trouxe também uma análise de Álvaro Costa e Silva sobre O colapso da nova ordem (Alameda Editorial), novo trabalho de Bernardo Kucinski. O período de Jair Bolsonaro na presidência estava ainda em seu início quando B. Kucinski, como o jornalista assina suas obras de ficção, lançou a novela A nova ordem. Agora, quando o governo enfrenta dificuldades para continuar no poder com aval dos eleitores, o autor publica uma continuação, O colapso de nova ordem. Kucinski mostra um Estado que deixou de ser laico, no qual os líderes religiosos mandam e desmandam, e cujas instituições seguem uma obediência patriótica ao governo autoritário que implementa a Econec, uma economia neoliberal coercitiva. No romance, tudo vale como pretexto para restringir os direitos do cidadão, privatizar empresas estatais, fechar universidades e extinguir programas sociais.