Apanhadão: a história do livro transformada em best-seller
PublishNews, Redação, 29/08/2022
Valor traz a escritora espanhola Irene Valejo, sucesso mundial com 'O infinito em um junco', contando a trajetória do livro desde a Antiguidade; o Globo publica reportagem sobre mudança de papel na impressão das editoras brasileiras

Irene Valejo | © Divulgação
Irene Valejo | © Divulgação
No noticiário do fim de semana, o Valor trouxe a autora espanhola Irene Valejo, best-seller internacional com O infinito em um junco (Intrínseca), uma obra que conta a história do livro, de antes da Biblioteca de Alexandria até o universo digital. Estas duas pontas distanciadas pelo tempo se unem por meio de uma narrativa rica de informações culturais e históricas. No princípio da empreitada, a autora diz que só tinha perguntas: “Quando surgiram os livros? Qual é a história secreta dos esforços para multiplicá-los ou aniquilá-los? O que se perdeu no caminho e o que se salvou? Por que alguns se tornaram clássicos?”. Eram esses seus questionamentos quando se propôs a escrever o que nomeou de “sua viagem”, para depois constatar: “A invenção dos livros foi talvez o maior triunfo na nossa luta tenaz contra a destruição. Tiveram muitos formatos, mas o sucesso avassalador desse achado é incontestável”.

O Globo trouxe uma reportagem sobre a mudança de um tipo de papel usado para a impressão do livro, o que contribui para o preço das publicações subirem. O papel pólen soft, aquele de cor creme e macio ao toque, vem sendo substituído pelo pólen natural, mais acinzentado e um pouco mais áspero. Não é uma questão de procurar o papel mais barato. A Suzano Papel e Celulose interrompeu a produção do pólen soft. O que complica ainda mais a aquisição de papel pelas editoras, operação já dificultada pela escalada de preços dos insumos. O repórter fala com editoras e gráficas.

Na Folha, a coluna Painel das Letras informou que dois textos clássicos de autores canônicos saem repaginados em volumes mais encorpados que meras reedições. O primeiro caso é Cartas a um jovem poeta, talvez a principal obra do alemão Rainer Maria Rilke, em que ele se dirige já como escritor consagrado ao aspirante Franz Xaver Kappus, com conselhos que se tornaram referência na literatura pelo século seguinte. A Planeta publica agora um volume que inclui, pela primeira vez no Brasil, as cartas que Kappus enviou a Rilke, completando uma correspondência coesa que vai de 1903 a 1908. O livro tem ainda textos de apoio de Sigmund Freud, amigo de Rilke, do professor de literatura alemã Erich Unglaub e do próprio Kappus. Já o mineiro Autran Dourado, vencedor do Camões morto há dez anos, terá seu Ópera dos mortos incluído em grande estilo no catálogo da HarperCollins, que já havia editado Os sinos da agonia.

Também na Folha, no caderno Ilustríssima, matéria falou de nova leva de livros no bojo das celebrações dos 200 anos da Independência que questiona a historiografia clássica e busca novas interpretações desse momento histórico. Os papéis centrais da crise fiscal e da atuação de outros estados que não o Rio, como Bahia e Pernambuco, no processo de emancipação revelam contextos múltiplos e complexos que ultrapassam o discurso oficial do 7 de setembro.

O Globo falou do escritor angolano Ondjaki, que vem ao Brasil lançar O livro do deslembramento (Pallas), no qual conta as histórias de um menino esperto que aprende a ver o mundo além da família. Figura querida pelo leitor brasileiro e pela crítica literária, com direito a uma dezena de obras publicadas aqui, um prêmio Jabuti e um Saramago, no novo livro ele transita entre a palavra escrita e a palavra vivida. O romance é resenhado por Alexandre Brandão, vencedor do primeiro Prêmio Literário Flipoços / Kindle e autor, entre outros, de O sol pelo basculante (Editora Uratau).

O Estadão publicou reportagem especial sobre a autora Lygia Bojunga, que completou 90 anos na última sexta-feira (26). A escritora gaúcha é um dos nomes mais importantes da literatura brasileira, dona de uma obra lida sobretudo por muitas gerações de crianças e adolescentes, mas também muito adorada por adultos. Há 50 anos, ela publicava Os colegas, seu livro de estreia. Há 40, ganhava o prestigioso prêmio Hans Christian Anderson. Há 20, abria sua editora e publicava Retratos de Carolina. Escritores e editores deram depoimentos ao jornal falando sobre a escritora e seus livros. Além disso, está sendo lançado Para Lygia Bojunga, a mulher que mora nos livros (Rebuliço), um belo trabalho sobre sua obra e seu legado, escrito por Ana Letícia Leal.

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[29/08/2022 09:00:00]