António de Souza Pereira, reitor da universidade do Porto, disse que “sua obra literária irá certamente garantir que o nome de Ana Luísa Amaral perdurará para todo o sempre, mas quem teve o privilégio de a conhecer de perto terá memória de uma pessoa generosa e uma ativista dedicada às causas da igualdade da solidariedade social”.
A notícia de sua morte chega ao mesmo tempo em que a filial brasileira da editora portuguesa Assírio & Alvim lança Mundo (88 pp, R$ 39,90), seu 19º e mais recente livro de poemas, publicado em Portugal em maio.
A autora desfrutava de um reconhecimento pleno em seu país. A Feira do Livro do Porto, que tem início no próximo dia 26, escolheu Ana Luísa Amaral como a homenageada desta edição.
A causa da morte não foi divulgada. A última aparição pública da poeta foi no dia 28 de julho, na coletiva de imprensa que apresentou a programação da Feira do Porto, quando ela leu alguns de seus poemas e foi ovacionada pelo grande grupo de jornalistas presentes.
A gênese do amor, publicado originalmente em 2005, têm praticamente a unanimidade da crítica portuguesa como sendo a maior obra de sua profícua carreira. Ele foi lançado no Brasil em 2008, pela Gryphus. A Iluminuras editou quatro livros da autora: três de poesia, Vozes (2013), Escuro (2015), e Lumes (2021) e o romance Ara (2015).
Ana Luísa Amaral também desenvolveu um trabalho sólido como tradutora, criando versões em português de obras de Shakespeare, John Updike, Emily Dickinson, Patricia Highsmith e Louise Glück. Sua última tradução foi para o romance Políticas do poder, de Margaret Atwood.