Escritora e professora de literatura comparada na Universidade Columbia, Hartman é uma importante expoente do pensamento negro contemporâneo e desenvolve pesquisas nos campos da história da escravidão e literatura afro-americana. Por seu trabalho, já recebeu diversas distinções acadêmicas e bolsas de pesquisa, como a MacArthur “Genius Grant”, Guggenheim e Fulbright.
"Hartman, assim como Bernardine Evaristo, nossa convidada em 2021, fazem parte de uma geração de autoras que, como lembra Audre Lorde, se recusam a usar definições fáceis de negritude. Para uma festa que celebra a literatura, um projeto estético como o de Hartman tem muito a contribuir na discussão sobre o que, no contato com a leitura, pode tornar-se visível, e para quem", comenta o diretor artístico da Flip, Mauro Munhoz. “A vinda dessa escritora nos anima porque Saidiya Hartman tem apontado novos caminhos para a historiografia da Diáspora Africana”, completa Fernanda Bastos, uma das curadoras da festa.
Saidyia tem três livros já traduzidos no Brasil. Em Perder a mãe (Bazar do Tempo), ela conta, em primeira pessoa, sua jornada de pesquisa a Gana para retraçar a rota comércio atlântico de escravos. E, na obra Vidas rebeldes, belos experimentos (Fósforo, 2022), Hartman estuda a população dos cinturões negros da Filadélfia e de Nova York através de trajetória de jovens negras que se rebelaram contra seu tecido social. Ela também assina o ensaio O fim da supremacia branca; a edição comemorativa de O cometa (Fósforo, 2019), do sociólogo norte-americano W.E.B. Du Bois; Vênus em dois atos, publicado em Pensamento negro radical (Crocodilo / N-1 edições) e se prepara para lançar Cenas de sujeição (Crocodilo).