Para recebê-la, a mesa tinha os dois nomes mais fortes do mercado presentes, Marcus Teles, presidente da ANL, e Vitor Tavares, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL). Logo de cara, Luiza tratou de tentar afastar seu protagonismo pessoal. Prefere concentrar a conversa nas ações do grupo Mulheres do Brasil, criado por ela para discutir soluções para o país e que hoje conta com 106 mil mulheres em sua composição. “O maior grupo político do mundo, mas apartidário”, definiu Luiza.
“Eu posso até abrir portas, mas num país democrático a força é da maioria. E é apartidário mesmo. Se a esquerda faz uma coisa boa, eu divulgo, então eu sou esquerda. Quando defendo privatização, eu sou de direita, é assim que falam. Ninguém que se expõe a unanimidade”, afirmou.
Enquanto a Lei Cortez não é definida, ela tratou de criar uma maneira própria de controlar o preço do livro Luiza Helena - Mulher do Brasil, sua biografia escrita pro Pedro Bial e recém-lançada pela editora Gente. "Criei um esquema com os advogados do Magalu. É uma fiscalização mesmo. Coloquei em contrato: quem abaixar o preço do meu livro não vai ter reposição!", disse. Os aplausos explodiram entre os livreiros. "No dia do lançamento já apareceram descontos enormes. E os pequenos também reduzem o preço, não é apenas a Amazon e outros grandes", completou.
"Eu não estou fazendo livro para ganhar dinheiro. A Rosely, sim, se ela não ganhar aí é um problema para ela", brincou, referindo-se a Rosely Boschini, CEO da Gente. Luiza Helena afirmou que começou a ter contato com a questão do preço fixo com suas filhas, que moram na França e em Portugal.
"Como a gente chama isso no varejo? Boi de piranha! Você lança uma coisa com desconto para poder vender as outras. É preciso combater isso, Tem que falar a toda hora, tem que dar entrevista e dizer que não pode abaixar preço, ou você quebra os outro. Vamos aprovar essa lei. As livrarias não podem morrer, elas são a cultura do Brasil." Novos aplausos intensos.
Vitor Tavares comentou então que, durante a pandemia, as pessoas passaram a ler mais. Luiza seguiu no tema. "O livro está voltando. Vamos trabalhar as crianças, os país estão preocupados que elas fiquem só no celular!".
A empresária falou então do lançamento do livro em São Paulo, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. "Levamos 1.500 pessoas na Cultura numa segunda-feira à noite. A Cultura não está num bom momento, e nós temos uma arena no Magalu que poderia ser o local de lançamento, mas eu não quis. Eu fiz questão de lançar numa livraria. Seis horas assinando, eu e o Bial. O Bial cansado, mas eu dava força."
O comércio digital foi outro tema. "O digital não mata o físico, só mata quem não sabe trabalhar. A gente avança no digital, mas o Magazine Luiza abre 140 lojas físicas por ano. endo muito forte no digital."
Vitor Tavares pediu que ela contasse um pouco de sua história, mas ela disparou: "Eu conto isso no livro. Vocês tem que vender o livro, está escrito lá", respondeu, aos risos. Para ela, o empreendedorismo está na moda pois o empreendedor tem solução para tudo. "A cabeça dele está o tempo todo em busca de soluções. "Eu conversei com o pessoal dos sebos. É um povo apaixonado, o cara larga emprego, carreira, larga tudo para ter um sebo."
Sobre a compra do sebo on-line Estante Virtual, ela lembrou que na mesma época comprou outro serviço virtual, o NetShoes, com um valor dez vezes maior. "Criaram até um meme na internet, dizendo que eu fui comprar um tênis e acabei levando o NetShoes inteiro! E sabe que eu viajei para a Europa e lá ninguém queria saber do NetShoes. Todos me cumprimentavam pelo Estante Virtual. Ele não vive para dar lucro, está aí para transmitir cultura!", disse.
Luiza Helena foi a primeira entrevistada do Sabatina PublishNews, para reler a matéria com ela clique aqui e para assistir o vídeo, aqui.