
Outra entrevista no Globo foi com Francisco Bosco, que lança pela Todavia o livro de ensaios O diálogo possível. Sem pretensão de desfazer o nó que paralisou o Brasil nos últimos anos, ele procura soluções para algumas perguntas. Quando a cultura popular deixou de ser um ponto de unificação? Em que momento a autoimagem nacional ruiu, levando junto as bases democráticas? Em que medidas liberais e grupos identitários podem encontrar consensos? O entrevistado comenta desde os movimentos de rua de 2013 até o atual embate político.
O Globo também trouxa análise do livro Caderno proibido (Companhia das Letras), da italiana Alba de Céspedes (1911-1997). Usando como personagem uma dona de casa, ela retratou todas as pessoas que morreram ou vão morrer após uma existência pré-programada, cartesiana, em linha reta, e sem qualquer consciência dessa sua passividade diante da vida. A autora extrapolou sua crítica à tal condição feminina e foi bater na própria condição humana.
A Folha conversou com o engenheiro florestal alemão Peter Wohlleben, que se popularizou como um escritor que traz a discussão da biodiversidade para um caráter pop. Seu livro A sabedoria secreta da natureza (Sextante) completa uma trilogia iniciada com uma obra sobre as árvores e outra sobre animais da floresta. Desta vez, ele se dedica a esmiuçar as conexões inesperadas entre os diferentes membros da trama da vida, em especial quando a ação de algum deles desencadeia algum tipo de efeito dominó. Por exemplo, o retorno dos lobos ao parque Yellowstone, nos EUA. Ao encontrarem uma área sem a ação de caçadores, os lobos se reproduziram muito ali e contribuíram para a redução de uma superpopulação de alces que habitava o parque.
Quem também apareceu nas páginas da Folha foi a escritora moçambicana Paulina Chiziane, vencedora do prêmio Camões. Primeira mulher africana a ganhar o prêmio, ela foi também a primeira autora a publicar um romance em Moçambique, com Balada de amor ao vento, em 1990. “Uso a escrita para gritar um basta ao racismo”, afirma. A autora virá ao Brasil em julho, para participar da Bienal Internacional do Livro, em São Paulo.
A coluna da Babel anunciou que o Salão do Livro Político voltará a ser realizado presencialmente em 2022, mas mantendo uma programação on-line. Já estão confirmadas cerca de 70 editoras independentes. Entre os convidados estão Ricardo Antunes, Fernando Morais, Glenn Greenwald, Manuela D’Ávila, Sonia Guajajara e Álvaro Garcia Linera, vice-presidente da Bolívia entre 2006 e 2019. Maria Fernanda também informou que Cartas a um jovem poeta, livro póstumo de Rainer Maria Rilke, ganhará nova edição pela Planeta no final de julho.
No Estadão, o rapper MV Bill falou do livro A vida me ensinou a caminhar (Age Editora), que reúne crônicas que ele escreveu recolhido durante o isolamento social devido à pandemia de Covid-19. Segundo ele, seu método para escrever é totalmente diferente do que utiliza para fazer música. “Há histórias que talvez não virassem música e que entraram por conta do momento em que vivemos saindo da pandemia. Isso funcionou como uma válvula de escape.”
O Estadão divulgou o relançamento de O sacy, de Monteiro Lobato, publicado originalmente em 1921. O designer gráfico Magno Silveira fundou uma editora, a Graphien, para lançar uma reprodução rigorosamente fiel ao original, com ilustrações de Voltolino. É interessante saber que Lobato criou o personagem porque não suportava ver aquelas populares estátuas de anões nos jardins, com visual alemão. Queria um personagem brasileiro para rivalizar com elas.