Na Academia Paulista de Letras, a cadeira número 39, que pertencia ao arquiteto Ruy Ohtake (1938-2021), passa a ser da escritora e historiadora Mary del Priore. Com mais de 50 obras publicados sobre história do Brasil, ela é uma das maiores responsáveis pelo crescimento de livros do gênero no mercado editorial. A autora está alinhada a um grupo de nomes que trabalham para tornar pop a discussão do processo histórico em livros, ao lado de Eduardo Bueno, Laurentino Gomes e Thales Guaracy, entre outros.
No ano passado, Del Priore ganhou o prêmio Jabuti na categoria Ciências Humanas, pelo livro Sobreviventes e guerreiras, publicado pela Planeta em 2020. Nele, a autora discorre como a violência patriarcal delineou a condição da mulher brasileira, a partir de um ponto de vista que tira o foco de sua condição subalterna e a coloca em sua participação fundamental para avanços históricos e transformações sociais.
No Rio, o médico e escritor Paulo Niemeyer Filho é o mais novo integrante da Academia Brasileira de Letras. Ele ocupa agora a cadeira número 12, que pertencia ao professor e crítico literário Alfredo Bosi (1936-2021). Em agradecimento, ele destacou a presença da ciência na casa. Desde a primeira composição da ABL, ele é o 24º médico a vestir o fardão.
Em 2021, Niemeyer publicou pela Companhia das Letras o livro No labirinto do cérebro, no qual compartilha de forma acessível aos leitores leigos os avanços e desafios da neurocirurgia.
O presidente da ABL, Merval Pereira, destacou que a escolha de seu nome é uma referência ao protagonismo científico, notadamente da medicina, nos tempos de pandemia.