
No enredo, uma mulher prestes a completar 25 anos de casada começa uma conversa com o marido sobre sua frustração entre a felicidade pública e a infelicidade íntima. Ela experimentou a ascensão social diante dos amigos e o crescimento do desgosto na intimidade do casal. O que deveria ser um diálogo é na verdade um monólogo. Ela passa o tempo todo falando para o marido, que permanece sentado, em silêncio, lendo o jornal. A peça foi encenada pela primeira vez em Buenos Aires, em 1988, no quarto Festival Ibero-Americano de Teatro.
Esse lançamento não é a única novidade para os leitores brasileiros de Gabriel García Márquez, que até hoje já compraram quase três milhões de livros do autor publicados aqui. Para marcar os 40 anos do prêmio Nobel concedido a ele, a Record publica ainda este ano Duas solidões: um diálogo sobre o romance na América Latina, que transcreve uma conversa que ele e o peruano Mario Vargas Llosa, também ganhador do Nobel, tiveram em 1967. Outro lançamento, também em 2022, será Gabriel García Márquez: história de um deicídio, tese de doutorado de Vargas Llosa sobre a obra do amigo.
Vale lembrar que a mesma Record lançou há poucas semanas Gabo e Mercedes: uma despedida (112 pp, R$ 64,90), relato íntimo dos últimos dias de vida do escritor ao lado de sua mulher, Mercedes Barcha, escrito por Rodrigo García, filho do casal.