
Nélida fala, por exemplo, da importância do editor como um pioneiro, um desbravador na participação dos editores brasileiros nas feiras literárias. Antes das iniciativas de Machado, não havia o hábito dos editores irem todo ano a Frankfurt, Londres e outras festas de livro. Ele também foi responsável pelo investimento de 4,5 milhões de dólares para a instalação do Sistema Poligráfico Cameron no fim dos anos 1980, um marco tecnológico do mercado editorial..
Além de Nélida, ele se tornou amigo íntimo de autores como Fernando Sabino e Jorge Amado. Carlos Drummond de Andrade chegou a indicar Machado como um conselheiro para seus netos.
“O best-seller serve a livraria como o feijão e o arroz ao armazém. Graças à velocidade de venda desses cereais humildes é que o armazém pode manter no estoque itens mais sofisticados", dizia Machado, que defendia os livros que publicava com unhas e dentes, fossem romances ou guias de autoajuda
Ele foi reconhecido mundialmente. Quando morreu, em 08 de fevereiro de 1991, em pleno Carnaval, o jornal The New York Times lembrou de sua trajetória num obituário. O escritor Josué Montello recorreu a uma metáfora para homenageá-lo: "Espalhava livros como se atirasse sementes no chão revolvido”.
O episódio do programa A casa do livro pode ser acessado aqui. Além de Nélida Piñon, traz depoimento de outro imortal, Antônio Torres.