Angeli teve sua história ligada à Folha desde a década de 1970, quando começou a fazer cartuns e a organizar a participação de outros artistas de sua geração nas páginas do jornal. Ao lado de Laerte e Glauco (1957-2010), formou o trio Los 3 Amigos, que divertiu mais de uma geração com suas histórias escritas a seis mãos.
Além de criar uma tribo de personagens urbanos tipicamente paulistanos, que despejam humor ácido nas tiras e nas historinhas, Angeli também deu um grande passo para a consolidação dos quadrinhos no mercado. Nos anos 1980, começou a editar livros e criou a revista Chiclete com Banana, que se tornou um fenômeno de vendas nas bancas, publicando apenas quadrinhos nacionais.
Entre os tipos mais memoráveis e geniais de Angeli estão Bob Cuspe, Rê Bordosa, os Skrotinhos, Meio-Oito & Nanico e mais uma turma muito louca.
A íntegra do comunicado da Folha:
ÍCONE DO UNDERGROUND. Nome que ajudou a escrever a história dos quadrinhos no Brasil, Angeli está guardando o lápis na gaveta e encerrando uma carreira que revolucionou a arte que se podia fazer em jornais. O cartunista de 65 anos recebeu um diagnóstico de afasia, doença neurodegenerativa que prejudica a comunicação e, conforme evolui, incapacita o paciente de se expressar de forma verbal ou escrita. A condição médica ganhou holofotes no mês passado, quando o ator americano Bruce Willis anunciou sua aposentadoria do cinema pelas mesmas razões.