Apanhadão: Por que, como e quando devemos começar a ler para uma criança?, questiona o Estadão
PublishNews, Redação, 02/03/2022
Estadão discute a leitura para bebês e crianças pequenas; Folha fala da renovação do romance gótico no Brasil

Entre as notícias ligadas ao mundo dos livros e publicadas pela imprensa durante o Carnaval, o Globo publicou entrevista com o búlgaro Ilko Minev, que chegou a Manaus em 1972, sem falar português, para comandar uma empresa de eletrônicos. Depois da aposentadoria, ele se tornou escritor. Seus romances são ambientados na região amazônica e Nas pegadas da Alemoa, editado pela Buzz, está hoje no topo das listas do mais vendidos. O autor conta como se fixou no Brasil, fala de sua produção literária e relata um episódio em que ficou perdido na floresta por quatro dias com o filho.

O Globo também trouxe uma análise de O acontecimento, décimo livro da escritora francesa Annie Ernaux, publicado originalmente em 2000, que chega agora ao Brasil pela Fósforo. O romance autobiográfico, conta a experiência de um aborto da autora quando tinha 23 anos, num período narrativo entre 1963 e 1964. Ernaux fala de uma aflição constante durante todo o processo, proibido na época, combinando com maestria o pessoal com o público, ao falar de eventos como o assassinato de John Kennedy.

O Estadão publicou matéria sobre como e quando os adultos devem começar a ler para uma criança. São apresentadas entrevistas com mães, com Daniela Padilha e Márcia Leite, respectivamente editoras dos selos infantis Jujuba e Pulo do Gato, e com Zoara Failla, coordenadora da Pesquisa Retratos de Leitura, que em 2020 indicou um crescimento de crianças leitoras no Brasil na faixa de 5 a 10 anos. Há também dias de livros para bebês e de livrarias e clubes de assinaturas voltados ao público infantil.

O Estadão também exibiu entrevista com Djaimilia Pereira de Almeida, escritora que já venceu o Prêmio Oceanos, com Luanda, Lisboa, Paraíso. É lançado agora no Brasil o romance de estreia da autora, angolana radicada em Portugal, Esse cabelo (Todavia), no qual fala de suas raízes em uma história passada na comunidade de imigrantes em Lisboa. Na entrevista, ela trata o livro como “um romance confessional”.

A Folha apresentou uma renovação na literatura gótica no Brasil, discutindo como o gênero se transformo na era Bolsonaro. O ponto de partida nesse debate é o livro de contos Gótico nordestino, do paraibano Cristhiano Aguiar. O texto traz opiniões de especialista como Oscar Nestarez, que pesquisa o tema em um doutorado na USP.

O jornal também trouxe uma matéria sobre as HQs nacionais, que segundo o texto, vivem o melhor momento em anos. Contrariando as previsões pessimistas, surgiram novas lojas e editoras. Além da Monstra, a editora Brasa acaba de entrar no mercado, por exemplo. Veteranos que tinham se afastado do setor estão voltando aos poucos. A temática dos gibis tem se afiado também, tratando cada vez mais de assuntos como política, racismo, transfobia e pobreza.

O jornal publica resenha de Eu que nunca conheci os homens (Dublinense), romance distópico de Jacqueline Harpman (1929-2012). A autora belga inicia a narrativa com 39 mulheres e uma menina presas num porão, nas piores condições possíveis. Sem explicações fáceis, ela vai contando a história pela voz da criança, numa fantasia de privação da liberdade.

No Valor, o escritor Cadão Volpato, radicado em Nova York desde 2019, fala sobre seu novo livro, Que coisa estranha para acontecer com uma criança (Numa Editora). Ele mistura impressões da vida nos Estados Unidos, suas memórias, desde a infância, e a passagem de Pelé pelo time nova-iorquino do Cosmos, durante os anos 1970. Com 11 livros publicados, o autor escolheu essa reunião de memórias com as peripécias do jogador brasileiro porque, quando bebê, a primeira palavra que disse foi “Pelé”.

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[02/03/2022 06:50:00]