Neste final de semana, a Folha publicou entrevista com a escritora chilena Isabel Allende, que tem seu romance Violeta (Bertrand) lançado agora no Brasil. A autora cria uma nação fictícia na América Latina, misturando ali características de vários países do continente, e nele ambienta um ano na vida de uma família. É escrito como uma carta do protagonista ao neto. A autora comenta também os resultados das recentes eleições chilenas.

O Estadão entrevistou José Pimentel e Zé McGill, autores de Mordaça (Sonora Editora), sobre a censura da ditadura militar imposta à MPB. Os casos pesquisados pela dupla chegam a envolver prisões e mortes no período. Os autores ouviram vítimas dessa repressão, numa lista de depoimentos que parece o melhor da música brasileira: Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jards Macalé, Paulo César Pinheiro, Paulinho da Viola e muitos outros. A capa traz uma ilustração de Ziraldo, produzida nos anos 1970 como protesto contra a censura federal.

O Globo publicou análise da obra da canadense Anne Carlson. Ela se destaca como poeta e tradutora, mas o foco do texto é a publicação no Brasil de Autobiografia de vermelho: um romance em versos (Editora 34). A análise destaca que, apesar de sua formação como classicista, na obra de Anne Carlson “tudo é extremamente vivo e dinâmico”. A canadense já teve publicado no Brasil O método Albertine.

No Valor, o novo livro da portuguesa Ana Teresa Pereira é comentado e serve para uma comparação entre ela e Elena Ferrante, embora os pontos comuns entre elas estejam mais na extrema discrição de sua vida particular do que nas características de suas literaturas. No romance O verão selvagem dos teus olhos (Todavia), a autora recria o clássico Rebecca, de Daphne Du Maurier, que serviu de inspiração para o filme homônimo de Alfred Hitchcock. A portuguesa narra em dois tempos, na primeira e na terceira pessoa. Ana Teresa Pereira ganhou o prêmio Oceanos em 2017, com Karen (Todavia).

O Valor trouxe resenha de outra obra agora associada ao cinema. É O beco das ilusões perdidas (Planeta), do americano William Lindsay Gresham (1909-1962). Na trama, personagens atormentados atuam num show de variedades decadente. O filme – O beco do pesadelo – de Benicio del Toro que está em cartaz nos cinemas brasileiros acentua o tom de policial noir que já aparece no romance.

No prelo das editoras, a coluna Painel das Letras, da Folha, publicou que a Intrínseca vai editar no final de março o livro Kim Jyoung, nascida em 1982, de Cho Nam-Joo. A autora discute desigualdade de gênero na trajetória de uma mulher que larga o emprego para ser dona de casa, neste que é o livro sul-coreano mais vendido no mundo nos últimos cinco anos.

A coluna também noticia que a Casa do Sol, propriedade de 10 mil metros em Campinas que foi refúgio da escritora Hilda Hilst (1930-2004), vai passar por uma restauração. O local em que a autora produziu boa parte de sua obra funciona hoje como centro cultural e residência temporária de escritores. A reforma deve começar em abril e durar de cinco a sete meses.