As memórias de mulheres que costuraram para sobreviver a Auschwitz
PublishNews, Redação, 02/02/2022
Em “As costureiras de Auschwitz”, a pesquisadora britânica de moda Lucy Adlington conta a história real de um ateliê de costura que funcionou no interior do campo de extermínio

No auge do Holocausto, 25 jovens prisioneiras do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau foram selecionadas para desenhar, cortar e costurar roupas de luxo para as mulheres de guardas e oficiais nazistas. O trabalho era feito em uma oficina de costura instalada dentro de um dos maiores campos de extermínio da Segunda Guerra Mundial. O ateliê, chamado de “estúdio de alta-costura superior”, foi fundado por Hedwig Höss, a esposa do comandante de Auschwitz. A partir de uma intensa pesquisa documental e entrevistas – incluindo uma conversa com Bracha Berkovič Kohút, última costureira sobrevivente – a pesquisadora de moda britânica Lucy Adlington resgata essa história em seu novo livro, As costureiras de Auschwitz (Crítica / Planeta, 384 pp, R$ 74,90 – Trad.: Renato Marques). Através de causos e fatos históricos, a autora posiciona a moda no centro da narrativa política da Segunda Guerra Mundial, relacionando-a, de forma nada óbvia, a temas recorrentes deste momento do passado, como violência e preconceito. Antes de chegar à história do ateliê em si, Adlington tece uma detalhada trama, apresentando as principais personagens envolvidas – entre judias e prisioneiras políticas –, a indústria da moda de meados do século XX, com fotos dos modelos mais cobiçados, e os movimentos políticos e econômicos que se desenvolviam nos anos anteriores ao terror nazista.

[02/02/2022 07:00:00]