Apanhadão: Gráficas pedem redução de impostos sobre papéis
PublishNews, Redação, 26/04/2021
E mais: A difícil situação das livrarias de rua, as repercussões sobre a possível taxação do livro e o prelo das editoras

A indústria gráfica brasileira enviou nova correspondência ao Ministério da Economia na semana passada, alertando para a forte inflação de custos no setor e a incapacidade das gráficas de repassar os sucessivos aumentos de preço dos diferentes tipos de papel. Segundo o Valor, para mitigar os impactos negativos da aceleração dos custos, que tem levado ao fechamento de empresas em ritmo “preocupante”, a indústria defende a redução do imposto de importação ou o corte de tributos localmente. Ainda segundo levantamento feito pelo jornal, entre agosto e março os preços de papéis de imprimir e escrever acumularam altas de até 37% no mercado doméstico e há novos reajustes anunciados pelos fabricantes instalados no país para maio, da ordem de 15%.

N’O Globo, Ancelmo Gois também noticiou que o papel do livro deve contabilizar, em maio, um aumento de uns 30%. O coleguinha lembrou ainda que nesta segunda, a tributação do livro será debatida em audiência da Comissão de Educação da Câmara.

O assunto também foi pauta no Podcast do PublishNews desta semana que recebeu Guilherme Monteiro, Gerente Executivo de Estratégia e Marketing da Unidade de Papel e Embalagens da Suzano e Rafael Vido, um dos sócios da Geo Geográfica.

Nesse final de semana, o El País publicou uma matéria para falar sobre como é difícil a vida das livrarias de rua no Brasil. Emparedadas entre as práticas agressivas de gigantes como a Amazon e as ameaças tributárias de Paulo Guedes, o setor editorial e livreiro resiste apesar da pandemia. A matéria ouviu as livrarias Porto dos Livros (BA) e Mandarina (SP).

As dificuldades enfrentadas pelas livrarias também foi tema de um artigo publicado pelo colunista do Estadão, Sérgio Augusto. “A julgar pela míngua de volumes em suas estantes domésticas, o mais perverso e desastrado ministro da Economia das últimas sei lá quantas décadas não parece muito chegado à leitura. Mas, ainda que afinado com a arrogante incultura do presidente e sua corja de adulões, não precisava ter ido tão longe na contramão das políticas de incentivo à leitura que todos os governos do Brasil a.B. (antes de Bolsonaro) ao menos tentaram implementar”, diz em seu texto.

Sobre a taxação do livro, o El País também publicou um artigo da escritora Roseana Murray. No texto ela afirma que taxar livros para os mais pobres (enquanto reduz imposto para armas) é o desprezo como sentença. “No Brasil de castas, de tantos apagamentos históricos, de tantos desaparecimentos, é urgente que cada brasileiro não aceite ser apenas um número nas estatísticas. Todos precisamos ler para investir em nossos nomes”.

Que tal doar livros para uma biblioteca comunitária? Ancelmo Gois contou que o coletivo Livrarias Cariocas lançou a campanha Rio de Livros, que pretende incentivar a compra de livros nos seus estabelecimentos para doação a até 50 bibliotecas comunitárias da cidade durante a pandemia. É assim: pessoas físicas ou empresas escolhem uma livraria e destinam uma verba que será usada para comprar de livros escolhidos pelos administradores das bibliotecas comunitárias.

O apresentador e humorista Fabio Porchat foi escalado para narrar o audiolivro A revolução dos bichos, de George Orwell, disponibilizado gratuitamente pela Tocalivros. Em entrevista ao Estadão, Porchat revelou que este é um dos seus livros de cabeceira, destacou a importância de gravar o romance em audiolivro e fazer a história chegar a mais pessoas. Ele também falou sobre como é interpretar o audiolivro, colocando suas emoções e seu entendimento do texto.

O UOL apresentou o perfil de Blazka Müller, uma das professoras responsáveis pela disciplina optativa de língua portuguesa da Universidade de Ljubljana, a mais importante instituição de ensino superior da Eslovênia. De Paulo Coelho a Paulo Freire, Blazka Müller é voz do Brasil no país, com a experiência de quem traduziu para o esloveno as obras de escritores brasileiros.

A coluna da Babel adiantou que a Dublinense fechou a primeira venda de direitos autorais para a Itália. Setenta, romance de Henrique Schneider que trata sobre a tortura durante a ditadura militar brasileira, chegará aos leitores italianos ainda este ano com tradução de Giacomo Falconi e edição da Red Star. E a Faro irá publicar mais um livro de Sarah Pekkanen e Greer Hendricks. You are not alone é um thriller tortuoso que investiga o lado sombrio das emoções humanas, a obsessão e as linhas tênues cruzadas em nome da amizade e do pertencimento. Ele acompanha a história de duas irmãs, que têm um círculo social sólido, e de Shay, que tenta construir relações para si e fica cada vez mais isolada.

Já a coluna Painel das Letras anunciou que João Paulo Cuenca firmou contrato com a Record para publicar seus próximos livros, entre eles o romance Nada é mais antigo que o passado recente, inspirado pelos processos judiciais movidos contra o auto após uma crítica à igreja Universal. No contrato com a Record ainda estão inclusos a coletânea Qualquer lugar menos agora e a reedição de O Dia Mastroianni.

Ainda no prelo das editoras, a Moinhos publica em maio o romance Space invaders, da chilena Nona Fernandez e a Contexto publica Sexo no cotidiano, novo livro da psiquiatra Carmita Abdo.

O Estadão fez uma seleção de livros que prometem ajudar o leitor a ter uma vida mais calma, saudável, organizada, feliz e próspera. Estão na lista obras como Comunicação não-violenta (Ágora), Talvez você deva conversar com alguém (Vestígio) e Tempo de cura (Academia).

O jornal também informou a morte do historiador francês Marc Ferro, aos 96 anos, vítima da covid-19. Marc Ferro era especialista na história do século 20 e em temas como Rússia, ex-URSS, as guerras do século 20 e a relação cinema-história.

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[26/04/2021 09:10:00]