Apanhadão: Leitores de baixa renda também temem aumento do preço dos livros
PublishNews, Redação, 12/04/2021
E mais: os influencers que estimulam o gosto pela leitura em seus seguidores; a história da Livraria São José e o prelo das editoras

Depois de a Receita Federal repetir o argumento de que livro é produto das elites para justificar incidência de CBS, O Globo ouviu leitores de baixa renda que temem o aumento do preço dos livros. "Quem lê compreende o que ou outros dizem e passa a se expressar melhor", diz professor de capoeira que montou biblioteca comunitária no Morro da Providência. Raíssa Luana de Oliveira, de 13 anos, que montou, em 2019, a biblioteca comunitária O mundo da Lua, na Ladeira dos Tabajas (Copacabana / RJ), também afirmou: “A realidade não permite que as pessoas comprem um livro de R$ 60, R$ 70. Mas, mesmo assim, elas continuam lendo muito”. Além do temor de que o fim da desoneração possa incidir em até 12% de alíquota sobre as publicações (o que reduziria ainda mais as possibilidades de compra), o setor reagiu com indignação ao longo da semana à tese de que “só rico lê no Brasil”, que ressurge a cada nova discussão sobre reforma tributária.

O Estadão apresentou influencers que estimulam o gosto pela leitura em seus seguidores. Conhecidos como booktoks ou booktubes, criadores de conteúdo compartilham sugestões de livros em seus canais. “A parte mais legal desse crescimento (de influencers literários) é ver as pessoas entrando no mundo literário e até pessoas retornando para ele”, opina Pedro Henrique Baumgarten, de 16 anos, que já conta com mais de 45 mil seguidores no TikTok. A matéria também ouviu outros influenciadores e deu dicas para melhorar a leitura.

Entre fevereiro e março, a Livraria São José, a mais antiga do Rio de Janeiro, fechou as portas definitivamente. Com o encerramento do negócio, também deixa o ofício o homem considerado o mais antigo livreiro em atividade no Rio, José Germano da Silva. A BBC News conversou com Seu Germano, hoje com 83 anos e contou a história da livraria. Germano começou a trabalhar na loja aos 12, como faxineiro e entregador, e depois virou proprietário. Com quase 70 anos de livraria, enfrentou nos últimos anos uma dura redução das vendas, que caíram a zero em meio às restrições impostas pela crise sanitária. "Já estava ruim. Quando entrou a pandemia, acabou de matar", disse na matéria que adiantou ainda que a história da livraria vai virar livro.

A coluna Portugal Giro, d’O Globo informou que os livros escolares da ditadura estão à venda em Portugal às vésperas do 25 de abril, feriado nacional para celebrar a data em que a Revolução dos Cravos derrubou o Estado Novo, em 1974. As obras eram distribuídas nas escolas do país como parte da propaganda para disseminar entre os alunos a glorificação do nacionalismo e colonialismo sob o comando do ditador António de Oliveira Salazar.

O destaque do Painel das Letras foi a primeira biografia de Sueli Carneiro, uma das mais importantes ativistas do movimento mulheres negras no Brasil. A Companhia das Letras marcou o lançamento da obra Continuo preta, para o dia 11 de maio. Escrita por Bianca Santana, a obra mostra como a vida da intelectual se confunde com a história da luta contra o racismo e o machismo estrutural no país desde, pelo menos, os anos 1970.

No prelo das editoras, a Escureceu, criada em novembro passado, lança em maio a primeira edição brasileira de Não tão branca, obra da americana Jessie Redmon Fauset escrita em 1928. No mesmo mês, sai uma edição especial de Clara dos Anjos, de Lima Barreto.

Já a coluna da Babel adiantou que os livros do Kit Curadoria da TAG serão indicados, este ano, por Lilia Schwarcz, Conceição Evaristo, Socorro Acioli, Clarice Falcão, Kalaf Epalanga e Jeferson Tenório e que a Melhoramentos lança, em maio, a coletânea Os Meninos Maluquinhos, homenagem ao personagem mais famoso de Ziraldo. A obra foi organizada e ilustrada por Fábio Yabu com textos de Raphael Draccon, Guga Mafra e Vitor Cafaggi, entre outros.

A Folha também adiantou que Roberto Carlos faz 80 anos na mira de novas biografias marcadas por fúria censora. Paulo Cesar de Araújo, que teve livro anterior levado aos tribunais, tenta de novo lançar obra sobre o cantor com Roberto Carlos outra vez (Record).

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[12/04/2021 09:50:00]