Plataforma de autopublicação aposta na formação de comunidades para se diferenciar
PublishNews, Leonardo Neto, 25/03/2021
Uiclap, fundada há pouco mais de um ano, reúne dois mil escritores que publicam e vendem seus livros dentro de um ecossistema formado pela plataforma, e-commerce e muito engajamento em redes sociais

© Blog da plataforma
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Há um ano e dois meses, Roberto Saad colocou no ar a Uiclap, uma plataforma de autopublicação que amealhou cerca de dois mil autores que publicaram, até a semana passada, 2.773 títulos.

Roberto é administrador; foi sócio de casas noturnas em São Paulo e no Guarujá e diretor de unidade pediátrica de um hospital em São Bernardo do Campo e teve a ideia depois de uma visita a Carlos Henrique de Carvalho Filho ainda na BookPartners. A empresa comandada por Carvalho teve a sua falência decretada em março de 2020.

Nessa conversa, viu a planta de impressão por demanda instalada pela BookPartners e foi encorajado pelo amigo a lançar a plataforma. Desde então, Carlinhos, como o ex-presidente da BookPartners é chamado, tornou-se uma espécie de conselheiro da Uiclap.

O modelo de negócio já é um velho conhecido: o autor se cadastra, sobe o PDF do miolo livro, a capa e os seus respectivos metadados e estabelece um preço. A partir daí, o livro entra para uma loja virtual e fica ali disponível para a venda. A cada vez que o livro é vendido, os arquivos são enviados a uma gráfica parceira, não revelada por Saad por questões contratuais, que imprime e cuida do despacho até o consumidor final.

O diferencial, garante Saad, está na simplicidade. “Quis trazer a simplicidade do YouTube ou do Instagram para o livro impresso e resolver uma dor do autor que quer publicar o seu livro e não consegue”, disse ao PublishNews.

Thiago Pinheiro, autor de 'O cemitério das orquídeas' | © Divulgação
Thiago Pinheiro, autor de 'O cemitério das orquídeas' | © Divulgação
Além disso, outra aposta da Uiclap está no engajamento e na formação de comunidades entre esses autores. “Eles são muito ativos nas nossas redes sociais e até criamos um grupo no Facebook que já reúne mais de 2.500 escritores e aquilo se alimenta sozinho, com mais de 15 mil interações por mês. É um grupo muito ativo e funciona como uma ferramenta importante na nossa missão de democratizar a publicação de livros”, disse Roberto.

Para ajudar nesse engajamento, a Uiclap permite aos seus usuários a emissão de cupons de descontos e a possibilidade de o autor criar uma página própria dentro da plataforma, reunindo num só lugar um perfil pessoal e os títulos disponíveis na Uiclap.

Um caso de sucesso apontado por Saad é o livro Cemitério das orquídeas, de Thiago Pinheiro, que chegou a vender 450 cópias em uma semana.

Futuro

Atualmente, os livros publicados pela Uiclap ficam disponíveis exclusivamente dentro do e-commerce da plataforma, mas Roberto adianta que, muito em breve, fará a integração com outros marketplaces, incluindo o da Amazon, ampliando a capilaridade de vendas.

Além disso, estuda criar uma plataforma multicolaborativa, reunindo num mesmo lugar profissionais de produção editorial (revisores, capistas, diagramadores, tradutores, ilustradores etc). “Queremos oferecer uma solução completa, de ponta a ponta. O autor poderá chegar com um texto manuscrito em uma folha de papel e, ao entrar na plataforma, encontrará todo tipo de serviço que permitirá que o livro saia impresso na outra ponta”, diz Saad.

Mais para frente, ele também espera abrir esse tipo de serviço para pequenos e médios editores. A ideia é que toda a produção editorial e gráfica sejam feitas via plataforma: o editor poderá encontrar na Uiclap seu time de profissionais, vender e imprimir o livro, de maneira simples e fácil.

Ainda pensando em futuro, Saad pensa alto. “Espero chegar a ser a principal – e não necessariamente a maior – plataforma de autopublicação da América Latina, reunindo a maior comunidade de autores da região”, profetizou.

[25/03/2021 10:30:00]