Novo serviço de logística foca na tecnologia para atender pequenos e médios editores
PublishNews, Leonardo Neto, 11/03/2021
SoSimple lança braço logístico com sistema de WMS usado por portos e aeroportos e promete simplificar a vida do pequeno e médio editor

Em agosto de 2018, Leonardo Ferreira, diretor da Lis Gráfica, se associou ao engenheiro mecânico Flávio Botana e juntos lançaram a SoSimple, plataforma que inicialmente, reunia informações e gerava relatórios sugerindo reimpressões para editoras. O objetivo era dinamizar o capital de giro das editoras, apresentando insights para que editores fizessem reimpressões na medida certa: nem muito a ponto de empatar o seu capital de giro e nem pouco ao ponto de acontecer uma ruptura na distribuição.

Esse serviço segue ativo, mas a SoSimple servirá de marca para mais um serviço, o de logística voltado para pequenas e médias editoras. “Identificamos que essas editoras estão muito mal servidas por muitos dos serviços de logística disponíveis no mercado, que muitas vezes são empresas muito grandes e o catálogo da pequena e média editora fica perdido no meio da estrutura dos operadores logísticos”, disse Leonardo em conversa com o PN.

Por outro lado, os executivos reconhecem as dificuldades em uma empresa desse porte instalar, manter e operar uma logística própria. Então, a solução foi investir em tecnologia e oferecer um serviço que caiba no bolso do pequeno e médio editor. “Ficamos dois anos estudando, até apresentar uma solução”, completou Leonardo.

O espaço usado para a operação é um galpão da própria Lis Gráfica, construído para estocar papel numa época em que as editoras faziam compras anuais e que estava ocioso. Do ponto de vista tecnológico, a SoSimple escolheu o Alcis, software de WMS usado hoje por empresas como Eucatex, Terminal de Contêineres de Paranaguá, Cabo Frio Airport, Multiloh, Mash, Canetas Compactor, Amanco e Tigre Tubos e Conexões.

Há um ano, o WMS foi instalado e a SoSimple começou a fazer um laboratório com a Intelítera, pequena editora paulistana de livros religiosos que mantinha em seus estoques 55 mil exemplares. “Fomos afinando o processo de produção com a Intelítera e, passado um tempo, fechamos também com a Astral Cultural que entrou inicialmente com 550 mil exemplares e hoje está com 720 mil unidades no nosso depósito”, observou Flávio.

A empresa oferece serviços de armazenagem, separação e manuseio dos volumes e promete agilidade de entrega em d+1, ou seja, o pedido chega num dia e o produto está pronto para despacho no dia seguinte.

O braço logístico da SoSimple foi dividido em duas operações: uma B2B, para atender o varejo, e outra B2C, atendendo às demandas de e-commerces e marketplaces com os quais as editoras clientes mantenham parcerias comerciais.

“O software faz a separação às cegas, tudo em cima do código de barras e leitura ótica, para evitar erros. Com isso, garantimos velocidade no processo com erro zero”, defendeu Flávio.

Os diretores revelaram que estão em fase de negociação ou de implantação com três novas editoras. Uma delas tem sede em Salvador. Sem relevar o nome da editora, eles contam que a casa imprimia a sua produção em São Paulo, transportava os livros até a capital baiana e de lá, depois, enviava os exemplares para os seus clientes, que estão, na maioria das vezes, em São Paulo. “Temos potencial de atender essas editoras que estão fora do eixo principal, que imprimem em São Paulo, vendem em São Paulo, mas estão distantes. O livro não precisa mais passear”, arrematou Flávio.

Outro serviço que a SoSimple tem oferecido aos seus clientes é a devolução de consignado, um grande gargalo do setor. “Aqui está o pulo do gato da SoSimple. Muitas vezes, entre os livros, alguns voltam em mau estado. Nossa equipe separa esses livros em três categorias: o que está bom – e esse já volta para o estoque da editora automaticamente; o que não dá para ter conserto – e daí dispensamos e, por fim, tem aqueles que dá para consertar e usamos a Lis Gráfica para esses reparos – muitas vezes lixar ou refilar o livro resolve. Assim, conseguimos um índice de recuperação melhor por esse know how da gráfica”, disse Leonardo.

Remuneração

A SoSimple cobra valor inicial para receber o material (descarregar, conferir nota e inspeção de qualidade no recebimento). A partir daí, a empresa cobra pela armazenagem. “Como o nosso projeto é voltado para pequenas e médias editoras, empresas que têm recursos bastante reduzidos, resolvemos cobrar por exemplares – e não por posição pallet como é de costume no setor. Com isso, a questão da armazenagem passa a ser um problema nosso e não mais do cliente”, defendeu Leonardo. “Além disso, não cobramos por pico do estoque e sim pela média. Achamos que assim seria mais justo e conseguimos condição mais atrativa para esse tipo de editora”, completou. Por fim, a SoSimple cobra pela separação e aí a empresa definiu uma tarifa para o serviço B2B e outra para o B2C. Mixagem de kits, shrink e outros tipos de manuseios são cobrados à parte.

Mais da Tecnologia

Os diretores garantem que o workflow e a comunicação entre editoras e operador logístico podem ser completamente automatizados. O sistema implantado pela SoSimple já está integrado com a Horus e Versa, duas importantes soluções de sistemas de gestão empresarial (ERP, do inglês Enterprise Resource Planning) usadas pelo mercado editorial e livreiro. “Quando o cliente – seja ele um varejista ou um consumidor final via e-commerces – faz um pedido, ele cai imediatamente no nosso sistema de separação. O nosso funcionário faz a separação, confere e já manda a informação de cubagem (peso e quantidade de caixas) para a editora. Come essas informações, ele pode emitir a nota fiscal de venda, o que é feito automaticamente. Nossa equipe imprime a nota; chama a transportadora e o produto segue para o destino final”, esmiuçou Leonardo. “Queremos simplificar a vida do editor para que eles foquem no negócio e não na logística”, concluiu.

[11/03/2021 10:00:00]