Desejo e euforia
PublishNews, Redação, 1º/03/2021
‘Loira suicida’ conta a história de Jesse, numa jornada repleta de sexo, angústia e loucura. Um relato magnético sobre a grande festa libidinosa que foi a Califórnia do início dos anos 1990.

Marco do feminismo libertário americano, Loira suicida (Companhia das Letras, 184 pp, R$ 84,90 - Trad.: Simone Campos) é uma espécie de diário no qual a jovem Jesse registra sua incursão pelos domínios mais baixos da San Francisco dos anos 1990. Filha de um ministro da igreja luterana, a protagonista do romance abre mão dos valores de classe média para seguir, ao lado do namorado gay, uma peregrinação por um submundo feito de drogas, bebida e sexo. Influenciada por todo um cânone de escritores marginais (Georges Bataille, Jean Genet, Alexander Trocchi, William S. Burroughs etc.) e dialogando com a literatura queer e noir dos anos 1980 e 1990 – e com autores como Virginie Despentes, Eileen Myles, Jean Rhys, Marguerite Duras, entre outros –, Darcey Steinke arma uma história a um só tempo melodramática e mordaz, honesta e intensa, em que os labirintos do desejo se chocam à euforia de uma época que parecia começar a girar irremediavelmente em falso. Um romance vigoroso sobre uma mulher e os descaminhos de uma furiosa busca por encontrar o seu lugar no mundo.

[01/03/2021 07:00:00]