A Associação Estadual de Livrarias do Estado do Rio de Janeiro (AEL-RJ) endereçou uma carta a editoras de grande porte e ainda às principais entidades de classe representativas do livro em que alerta: “No dia em que esse elo mais fraco do mercado do livro, as livrarias, for quebrado toda a corrente sentirá os efeitos”.
Em mais um capítulo da história epistolar do mercado editorial – e as cartas têm sido muitas –, a entidade apela pela igualdade de condições para todos e não o favorecimento de alguns e cita nominalmente editoras como Arqueiro, Intrínseca, Nova Fronteira, Record, Rocco e Sextante que tem feito o direcionamento de seus seguidores em redes sociais para a compra de seus produtos em varejistas como Amazon e Submarino.
“O normal é que a indústria faça publicidade de seus produtos e não dos revendedores. A Ambev não induz seus seguidores a comprar cerveja no supermercado Mundial ou no Guanabara; a Samsung também não sugere aos seus seguidores as Casas Bahia ou Lojas Americanas para a compra de seus eletrônicos”, diz o documento.
“Com essa campanha de favorecimento aos gigantes do mercado sobram as migalhas para as livrarias e tais editoras mais parecem agências de publicidade dos grandes marketplaces”, segue a carta que pede ainda um posicionamento de pares como a Associação Nacional de Livrarias (ANL), a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).
Leia abaixo a íntegra da carta:
O elo mais fraco da corrente
A Associação Estadual de Livrarias do Estado do Rio de Janeiro - AEL-RJ - tem 27 livrarias associadas que oferecem ao mercado do livro 40 lojas além de sites para venda pela internet .
Todo bom profissional de vendas sabe, ou deveria saber, que o e-commerce depende muito das VITRINES do varejo físico, sendo as livrarias o SHOW ROOM para as editoras .
No dia em que esse ELO MAIS FRACO do mercado do livro, as livrarias, for quebrado toda a corrente sentirá os efeitos.
O normal é que a indústria faça publicidade de seus produtos e não dos revendedores. A AMBEV não induz seus seguidores a comprar cerveja no supermercado Mundial ou no Guanabara; a SAMSUNG também não sugere aos seus seguidores as Casas Bahia ou Lojas Americanas para a compra de seus eletrônicos.
Num mercado livre o importante é a igualdade de condições para todos e não o favorecimento de alguns .
A indústria fabrica, divulga o produto e o consumidor o adquire onde quiser; é o RESPEITO a todos os revendedores. No mercado do livro isso acontece? Infelizmente NÃO .
Nossas associadas reclamam da atuação de várias editoras nas redes sociais que alcançam o Brasil inteiro. As mais comentadas são a Arqueiro, Intrínseca, Nova Fronteira, Record, Rocco e Sextante com seus 2 milhões e 579 mil seguidores só no Instagram .
Em suas contas elas direcionam os seguidores principalmente para a Amazon e Submarino, sendo que a Arqueiro e a Sextante têm em seus perfis no Facebook uma loja virtual que é a Amazon .
Com essa campanha de favorecimento aos gigantes do mercado sobram as migalhas para as livrarias e tais editoras mais parecem agências de publicidade dos grandes marketplaces .
A AEL RJ quer uma posição da ANL, CBL e SNEL sobre como combater esse MAL em nosso mercado.
E saber das editoras citadas o que pretendem com isso : quais os planos para o futuro ???
Esses marketplaces estão dispostos a aniquillar a concorrência . Esta Black Friday foi uma prova disso.
A GFK inclusive aponta que o aumento da venda do varejo mês passado ocorreu nas vendas online .
Num momento complicado e delicado como esse que vivemos, logo aqueles de quem esperávamos apoio e parceria estão jogando o jogo de nossos adversários e deixando as livrarias abandonadas e relegadas a segundo plano .
Agradeço a atenção em nome das associadas da AEL-RJ , e em nome das demais livrarias do Brasil.
Atenciosamente
Antonio Carlos de Carvalho
Presidente da AEL-RJ