Apanhadão: A luta contra a Amazon em Paris e nos EUA
PublishNews, Redação, 03/11/2020
E mais: Suécia abre primeira livraria do mundo com livros censurados; Travessa de Pinheiros deve dobrar de tamanho em dezembro; e o prelo das editoras

Para salvar as livrarias de Paris, a prefeita da cidade, Anne Hidalgo, pediu à população que "boicote a Amazon". Os estabelecimentos, que não vendem produtos considerados de "primeira necessidade", foram fechados no novo lockdown na França, que teve início na última sexta-feira (30) e deve durar de quatro a seis semanas. Segundo o portal RFI, a decisão do governo gerou protestos da prefeitura. "Digo claramente aos parisienses. Não comprem na Amazon. É a morte das nossas livrarias e do nosso comércio local", disse Hidalgo na última segunda-feira (2) à imprensa. "Paris é uma cidade onde o livro é considerado um bem essencial", disse a prefeita. "Comprem em livrarias. Vocês podem encomendar e ir buscar o livro", aconselhou.

No The Guardian, o destaque foi para a plataforma Bookshop.org, lançada nos EUA no início deste ano e que uniu as livrarias indie para rivalizar com a Amazon. A livraria on-line foi idealizada pelo escritor e cofundador da Literary Hub, Andy Hunter, e permite que as livrarias independentes criem sua própria “fachada” virtual no site, com as lojas recebendo a margem de lucro total - 30% do preço de capa - de cada venda. Inicialmente com 250 livrarias, agora mais de 900 lojas já se inscreveram nos EUA. Em junho, a livraria vendeu US$ 1 milhão em livros por dia. Até o momento, a plataforma já arrecadou mais de US$ 7,5 milhões para livrarias independentes. Esta semana, a Bookshop.org será lançada no Reino Unido com mais de 130 livrarias britânicas já inscritas e 200 previstas até o final do ano.

Por aqui, a coluna da Babel reforçou a informação de que a Livraria da Travessa de Pinheiros deve dobrar de tamanho até dezembro. Se ficar pronta muito perto do Natal, Rui Campos vai deixar a inauguração para 2021.

Enquanto isso, a Suécia abriu a primeira biblioteca de livros censurados do mundo. Nas prateleiras da Biblioteca Dawitt Isaak, estão exemplares de obras que são ou já foram censuradas ou queimadas em diferentes países, escritas por autores que enfrentaram a prisão, a censura ou o exílio. O acervo reúne ainda músicas e peças teatrais proibidas, e ampla literatura sobre liberdade de expressão, censura e democracia. Cada livro da biblioteca contém informações sobre por qual razão o livro foi censurado, quando e onde, informou a RFI.

A plataforma Vida de Escritor, que será lançada esta semana, realiza também a 1ª edição do Prêmio Vida de Escritor, que vai oferecer R$ 10 mil a um autor inédito. Além do valor em dinheiro para o vencedor, os 15 contos selecionados serão publicados em uma coletânea. A nova plataforma contará com cursos, oficinas, palestras, debates, mentorias, leituras críticas e serviços literários diversos, idealizado e capitaneado pelos escritores Marne Lúcio Guedes e Nelson de Oliveira.

Em 2021, A revolução dos bichos, de George Orwell entra em domínio público e passados quase 60 anos de sua primeira publicação, o livro chegará pela primeira vez às livrarias brasileiras com um título mais próximo do escolhido pelo autor britânico: A fazenda dos animais (Animal farm). A informação é d'O Globo.

No prelo das editoras, a Nobel de Literatura, Louise Glück, vai ganhar enxurrada de livros no Brasil a partir do próximo ano. A Companhia das Letras planeja quatro volumes que reúnem nove livros da poeta americana; informou a Folha. No primeiro semestre de 2021 deve ver o lançamento de uma coletânea que reúne Faithful and virtuous night, seu último livro, lançado há cinco anos e vencedor do National Book Award, aos dois anteriores, A village life e Averno.

O Painel das Letras adiantou também que a Ayiné acaba de comprar os direitos de La Corsara, que conta a vida da escritora Natalia Ginzburg e traça um bom panorama do universo literário italiano.

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[03/11/2020 11:00:00]