O primeiro Apanhadão de 2020 traz ainda notícias do ano que passou. Antes mesmo do Natal o presidente do FNDE, Rodrigo Sergio Dias, foi exonerado após menos de seis meses no cargo. Em 2019, o orçamento previsto do fundo foi de cerca de R$ 55 bilhões e para a presidência foi nomeada Karine Silva dos Santos, que já atuava no órgão. Em nota, o MEC não informou o motivo da exoneração, mas afirmou que "a escolha do nome [de Karine] se deu pelo perfil técnico".
Antes do ano acabar, o FNDE publicou o Edital do PNLD 2021 para aquisição de obras didáticas e literárias para o ensino médio. As obras adquiridas serão divididas em cinco objetos, cada um com prazo de inscrição específico. As regras para participação desta edição do programa estão disponíveis no site do FNDE. Os períodos de inscrição para quatro objetos já foram definidos.
Ainda em dezembro, o ministro interino da Educação, Antônio Vogel, assinou a portaria que institui a Comissão Técnica para o PNLD 2019. Na prática, a comissão vai apoiar o Ministério da Educação na atualização dos materiais didáticos para educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental à luz da BNCC, a Base Nacional Comum Curricular. Os nomes de todos os integrantes da comissão podem ser consultados clicando aqui.
Ainda sobre esse assunto, o presidente Bolsonaro defendeu mudanças nos livros didáticos. Em sua declaração, o presidente disse que os livros têm "muita coisa escrita", que é preciso "suavizar" e afirmou que a partir de 2021, quando os livros forem feitos por sua gestão, as publicações irão conter a bandeira do Brasil e o Hino Nacional.
No penúltimo dia do ano, Sonny Mehta, editor da Knopf, faleceu aos 77 anos. Em um artigo publicado na Folha, o editor Luiz Schwarcz falou sobre sua amizade com Sonny e sobre o trabalho do editor indiano que lançou autores como Bruce Chatwin, Ian McEwan, Germaine Greer, Salman Rushdie, entre outros. “No ano de 2019, cinco dos dez melhores livros do ano, escolhidos pelo New York Times, foram das duas editoras que ele dirigia, a Knopf e a Doubleday”, diz no texto.
Para fechar o ano, o Estadão chamou dez escritores para refletirem sobre o ano de 2019 e olhar para o futuro. Autores como Milton Hatoum, Conceição Evaristo, Ian McEwan, Leonardo Padura, Ignácio de Loyola Brandão, Yuval Noah Harari, Verissimo e Karnal falaram sobre assuntos como o desmatamento na Amazônia, literatura, representatividade, história, política e cultura.
Na coluna da Babel, a notícia de que a Mercearia São Pedro, bar literário de São Paulo, inaugura em janeiro, no mesmo imóvel da rua Rodésia, a Livraria Gutenberg. A seleção vai incluir literatura contemporânea e HQ, e a ideia é promover a leitura dos autores e das autoras frequentadores do bar que estão publicando atualmente. A abertura acontece no dia 25 de janeiro, junto com a estreia do ciclo mensal Conversa na Merça, que na sua primeira edição irá receber Ignácio de Loyola Brandão, Laerte, Adriana Couto, Matthew Shirts e Renata Simões.
O Estadão trouxe ainda uma matéria sobre o crescimento na venda de livros de não ficção, em especial os sobre política.
O Painel das Letras fez uma seleção de cinco livros que chegam às livrarias ainda este mês. Entre os escolhidos estão: A barata (Companhia das Letras), de Ian McEwan; Videogame, a evolução da arte (Lote 42), de João Varella; M, o filho do século (Intrínseca), de Antonio Scurati; Ode ao bidê e outros contos (Patuá),de Manoel Herzog e Ultima parada: Auschwitz (Planeta), de Eddy de Wind.
A Folha também publicou uma matéria escrita originalmente no Washington Post sobre Louisa May Alcott, a autora de Mulherzinhas. Segundo o texto, Alcott era radical e não gostava de histórias com meninas. Em maio de 1868, ela escreveu em seu diário. “Comecei a escrever ‘Mulherzinhas’... Estou dando duro, ainda que não goste desse tipo de coisa. Jamais gostei de meninas, ou conheci muitas delas, a não ser minhas irmãs, mas nossas estranhas brincadeiras e experiências podem se provar interessantes, embora eu duvide”.
N’O Globo, Ancelmo Gois trouxe os números de final de ano da Travessa: as dez lojas da rede venderam em 23 de dezembro, antevéspera de Natal, nada menos do que 14.887 livros. No mesmo dia de 2018, tinham sido 10.687. O coleguinha também repercutiu alguns dos resultados do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) sobre 2018 e que foram divulgados em dezembro. Segundo a pesquisa, mais da metade dos estudantes brasileiros (52%) que fizeram o exame concordaram com a frase “Leio apenas para obter a informação que preciso”. Estes, na prova de Leitura, tiveram nota média de 402. Já os que concordaram com a frase “Ler é meu hobby favorito”, tiveram resultado 7% superior, 429 e os 10% que acham que “Ler é uma perda de tempo” tiveram nota média de 258 pontos.