Senta que lá vem polêmica na Lista dos Mais Vendidos
PublishNews, Redação, 13/12/2019
Nova edição d’O Diário de Anne Frank chega à lista junto com fundadores de canal de televendas e de fundo de investimentos

Momumento em homenagem à Anne Frank, em Amsterdã | © Factumquintus/WikiCommons
Momumento em homenagem à Anne Frank, em Amsterdã | © Factumquintus/WikiCommons
No dia 1º de janeiro de 2016, em tese, a obra de Anne Frank deveria cair em domínio público. Completava ali 70 anos da morte da menina judia que se tornou um ícone da barbárie nazista na Segunda Guerra Mundial. No entanto, a Fundação Anne Frank, detentora dos direitos autorais, declarou outra guerra: a quem publicasse a obra sem respeitar os direitos autorais. Em nota enviada à redação do PublishNews naquela época, a entidade ameaçava tomar “medidas legais contra qualquer violação de seus direitos e reivindicar por eventuais danos”.

O que a Fundação alega é que os textos originalmente escritos por Anne foram selecionados e adaptados, primeiramente por Otto Frank, pai de Anne, e posteriormente por Mirjam Pressler. E se é uma adaptação é, portanto, uma nova obra. Otto morreu em 1980 e Pressler morreu em janeiro de 2019. Ou seja, o Diário de Anne Frank como é conhecido do grande público só estará em domínio público daqui a 70 anos.

No Brasil, a versão de Pressler é publicada pela Record cuja edição é quase onipresente na Lista dos Mais Vendidos do PublishNews. Ao longo de 2019, o título acumulou 14.992 exemplares, número suficiente para colocá-lo na 15ª posição da Lista Anual de Não Ficção.

Nessa semana, a versão da Record ficou de fora da lista, mas entrou uma outra, a da Principis, selo da Ciranda Cultural. O PublishNews falou com Elisangela Silva, editora da casa. Ela afirmou que a versão da Principis é uma tradução dos originais deixados por Anne feita por Georgia Mariano. Portanto, não se trata das adaptações nem de Otto e nem de Pressler. O livro alcançou a posição de número 19 da Lista de Não Ficção dessa semana ao vender 507 unidades.

Além dessa nova edição do Diário de Anne Frank, a lista trouxe outras sete novidades. Entre esses estreantes, dois se destacam (não pela polêmica, mas pelo volume) em Negócios. O primeiro deles é Inovar é questionar o que já existe (Buzz), de João Appolinário, fundador do Polishop. Foram 3.044 cópias vendidas, o que garantiu ao título o terceiro lugar na categoria e o 12º na Lista Geral. O outro é Na raça (Intrínseca), livro de Maria Luíza Filgueiras sobre Guilherme Benchimol, fundador da XP. Foram 1.456 exemplares vendidos na semana de estreia, número suficiente para coloca-lo na posição de número nove da categoria.

Três das oito novidades estão em Infantojuvenil: LOL Surprise – 365 atividades (On Line Editora), com 825 cópias vendidas (13º lugar); LOL Surprise – Livro de personagens (On Line Editora), com 684 (17º), e 24 horas com Camila Lourdes (Pixel / Ediouro), com 592 (20º).

Em 19º de Autoajuda, apareceu pela primeira vez A grande arte de se reinventar (Planeta), do sertanejo Léo Chaves, com 976 cópias vendidas.

Em Ficção, a novidade foi o box Jane Austen (Martin Claret), ocupante da posição de número 10 ao vender 681 cópias.

Na comparação com a semana passada, esta teve queda de 8% nos números gerais de venda. Lembrando que a lista vinha num crescente e na semana passada teve crescimento de 40% sobre a anterior. Ficção (-31%) e Infantojuvenil (-34%) puxaram esses números para baixo.

O Ranking Geral segue liderado pel’A sutil arte de ligar o foda-se (Intrínseca), com 6.069, seguida por Escravidão (Globo Livros), com 4.865, e Essa gente (Companhia das Letras), com 4.201.

O Grupo Companhia das Letras lidera o Ranking Geral das Editoras, com 11 títulos. A Sextante aparece em segundo com nove e a Citadel em terceiro, com sete.

[13/12/2019 10:00:00]