O que a Fundação alega é que os textos originalmente escritos por Anne foram selecionados e adaptados, primeiramente por Otto Frank, pai de Anne, e posteriormente por Mirjam Pressler. E se é uma adaptação é, portanto, uma nova obra. Otto morreu em 1980 e Pressler morreu em janeiro de 2019. Ou seja, o Diário de Anne Frank como é conhecido do grande público só estará em domínio público daqui a 70 anos.
No Brasil, a versão de Pressler é publicada pela Record cuja edição é quase onipresente na Lista dos Mais Vendidos do PublishNews. Ao longo de 2019, o título acumulou 14.992 exemplares, número suficiente para colocá-lo na 15ª posição da Lista Anual de Não Ficção.
Nessa semana, a versão da Record ficou de fora da lista, mas entrou uma outra, a da Principis, selo da Ciranda Cultural. O PublishNews falou com Elisangela Silva, editora da casa. Ela afirmou que a versão da Principis é uma tradução dos originais deixados por Anne feita por Georgia Mariano. Portanto, não se trata das adaptações nem de Otto e nem de Pressler. O livro alcançou a posição de número 19 da Lista de Não Ficção dessa semana ao vender 507 unidades.
Além dessa nova edição do Diário de Anne Frank, a lista trouxe outras sete novidades. Entre esses estreantes, dois se destacam (não pela polêmica, mas pelo volume) em Negócios. O primeiro deles é Inovar é questionar o que já existe (Buzz), de João Appolinário, fundador do Polishop. Foram 3.044 cópias vendidas, o que garantiu ao título o terceiro lugar na categoria e o 12º na Lista Geral. O outro é Na raça (Intrínseca), livro de Maria Luíza Filgueiras sobre Guilherme Benchimol, fundador da XP. Foram 1.456 exemplares vendidos na semana de estreia, número suficiente para coloca-lo na posição de número nove da categoria.
Três das oito novidades estão em Infantojuvenil: LOL Surprise – 365 atividades (On Line Editora), com 825 cópias vendidas (13º lugar); LOL Surprise – Livro de personagens (On Line Editora), com 684 (17º), e 24 horas com Camila Lourdes (Pixel / Ediouro), com 592 (20º).
Em 19º de Autoajuda, apareceu pela primeira vez A grande arte de se reinventar (Planeta), do sertanejo Léo Chaves, com 976 cópias vendidas.
Em Ficção, a novidade foi o box Jane Austen (Martin Claret), ocupante da posição de número 10 ao vender 681 cópias.
Na comparação com a semana passada, esta teve queda de 8% nos números gerais de venda. Lembrando que a lista vinha num crescente e na semana passada teve crescimento de 40% sobre a anterior. Ficção (-31%) e Infantojuvenil (-34%) puxaram esses números para baixo.
O Ranking Geral segue liderado pel’A sutil arte de ligar o foda-se (Intrínseca), com 6.069, seguida por Escravidão (Globo Livros), com 4.865, e Essa gente (Companhia das Letras), com 4.201.
O Grupo Companhia das Letras lidera o Ranking Geral das Editoras, com 11 títulos. A Sextante aparece em segundo com nove e a Citadel em terceiro, com sete.